quinta-feira, 11 de junho de 2009

MIRANTE - Marcelo de Quadro



‘Porta aberta e luz acesa’
De repente, lá estava ele, novamente, enfrentando a massa e se mostrando satisfeito e agradecido por isso. Não tinha microfone por que a massa era pequena e concentrada numa sala. Quer dizer, não tão pequena assim, umas cento e poucas almas espremidas dentro do salão do Veteran Car Club, no bairro Rondônia, numa ocasião especial. Mas todos podiam ouvir claramente os discursos. E a ansiedade de ouvir novamente aquelas palavras, e aquele que as emitia era tão grande que o silêncio, quase naturalmente, se impunha. Claro, ficavam aqueles sussurros de fundo, os cumprimentos, saudações, a recepção, os pedidos de bebidas no balcão, tudo isso fazia uma espécie de cortina musical para quem estivesse no comando das locuções. Também isso mostrava apenas que todos ali estavam vivos e sedentos de uma retomada. De uma nova ação em busca do elo perdido. Saudosos sim, de algo que foi feito na política hamburguense. Mas esperançosos pelo futuro e, principalmente, pela volta à ativa do ex-prefeito José Airton dos Santos. Sim, ele mesmo, a atração maior do encontro de terça-feira, dia 9 de junho. O encontro que serviu para encaminhar a formação de uma chapa para concorrer na eleição do diretório do PDT hamburguense, em setembro.

Parecia um comício das antigas. Trabalhistas antigos presentes, ex-secretários, diretores e cargos de confiança das duas gestões de Airton. Mas também simpatizantes da sua administração e outros desgostosos com a última gestão e com a atual. Cumprimentos calorosos, abraços, promessas, bebidas e uma suculenta e cheirosa refeição se anunciando, pelo aroma, pré-pronta, no fogão. Os cicerones foram Celso Quadro, Moacir Yllana, Osvaldo Silveira, Luiz Perci Denardin. Os discursos vieram. Foram breves, comprometidos, entusiasmados, incentivadores. Falaram Celso, Osvaldo, Yllana, Téo, Denardin, Renate, Edinei, da Guarda Municipal, um representante dos taxistas, o assessor do deputado estadual Gilmar Sossella, Otalíbio Sabiá e, claro, José Airton dos Santos.

Os que se pronunciaram antes do Airton deixaram claro que querem um novo procedimento dentro do partido: um “PDT para Todos”, foi uma pregação unânime. Quando Airton tomou a palavra, mostrou-se o mesmo, receptivo, agregador, incentivador, enérgico. A única coisa que mostrava que o tempo tinha passado era a quantidade de seus cabelos brancos que tinha aumentado. Colocou-se à disposição do grupo organizador, para qualquer ação a ser implementada, seja agora, em 2010 ou 2012. Também deixou claro que defende o tratamento igual dentro do partido ou da administração, para todos, desde o mais humilde até o mais graduado. “Porta aberta e luz acesa para todos”, foi a tônica de seu pronunciamento.

Claro, eram todos convidados. Mas sempre fica aquela impressão, desconfiança, ou que outro adjetivo se possa colocar nestas oportunidades, de que um ou outro esteve lá a mando da outra chapa ou de outro partido. Mas a política é assim mesmo, uma guerra de estratégia. É preciso vencer várias batalhas até vencer a guerra. Se será necessário plano B, num dos lados, veremos no desenrolar da campanha para a eleição do diretório Trabalhista. Por enquanto, apenas aquecimento para uma maratona que ainda não concluiu a primeira volta. Vamos aguardar o próximo posto de observação. Mas foi dada a largada.

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