sexta-feira, 19 de junho de 2009

PAPO DE CULTURA - Ione Jaeger




kiko vai À escola


Devido à falta de tempo, o adestrador do nosso outro cão, há sete anos, não pode adestrar Kikinho (quem acha que Marley é um estereótipo de um cãozinho arteiro, convido a vir passar um dia conosco). Minha irmã esteve aqui mês passado e só não voltou mais cedo para não perder a passagem aérea. Às vezes, a vi com um olhar de que valeria a pena...





Ele é um boxer de sete meses, branco com olho de pirata. Megasuperhiperativo. Só para de correr, morder, latir, perturbar, destruir, quando está dormindo. Embora tenha visto ele latir e morder dormindo profundamente.

Com boas referências, procuramos outro adestrador. Marcamos entrevista para um sábado à tarde. Chamei o jardineiro, lavamos a calçada com lava-jato, limpei a sala até tudo ficar brilhando. Comprei rosas, fiz bolo. Tudo para agradar o professor.

Muito simpático, avaliou o aluno e aceitou a matrícula. Disse que qualquer cão é adestrável, até os piores. Hã?

Na terceira aula, resolvi acompanhar como boa mãe. Me apavorei. O aluno simplesmente dominava o professor. Fazia o que queria. O professor me olhava, como quem dissesse – desisto.

Desisti. Optei por uma educação só com amor, sem autoridade. Não funcionou. Ligamos de novo para o antigo adestrador, disciplinador rígido. Imploramos. Ele aceitou.

Hoje, primeira aula. O professor entra. Kiko é encoleirado. Sem nenhuma palavra, em 5 minutos está deitado ao lado do adestrador, enquanto conversamos.

Os dois saem para se conhecerem. Kiko quer passar na frente. Apenas uma frase:
– Primeiro o tio, depois você. Sempre!
O cão obedece.

Quarenta minutos depois, voltam. O cão caminha garboso ao lado do professor. Quando o professor pára, Kiko senta e o olha com admiração. Entram em casa. O professor tira a guia. Ficamos conversando. Kiko participa. Sentado ao lado do professor. Nos observa feliz. Quando ia embora, Kiko o observa balançando o rabinho. Toma água e vai dormir.

Ana Martha – Campinas/SP

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