segunda-feira, 15 de junho de 2009

PAPO DE CULTURA - IONE JAEGER



Origem da Festa Junina

Existe duas explicações para o termo festa junina



De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).

Outra versão diz que esta festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João.

A primeira explicação surgiu em função das festividades que ocorrem durante o mês de junho.No princípio, a festa era chamada de Joanina. Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar FOGOS DE ARTIFÍCIO veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.

A primeira festa junina realizada no Brasil aconteceu no ano de 1603, em comemoração a São João, pelo Frade Vicente do Salvador que se referiu aos nativos que aqui se encontravam da seguinte forma: “os índios acudiam a todos os festejos dos portugueses com muita vontade, porque era muito amigo da novidade, como no dia de São João Batista por causa das fogueiras e capelas”.(Ib p.106 Mariza Lira).
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.




FESTA JUNINA NO NORDESTE
Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. A tradição deste encontro festivo é tão forte que em algumas regiões do Nordeste ninguém trabalha em dia de Festa de São João, 23 de junho. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.

Além de alegrar o povo da região, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. Embora a maioria dos visitantes seja de brasileiros, é cada vez mais comum encontrarmos turistas europeus, asiáticos e norte-americanos que chegam ao Brasil para acompanhar de perto estas festas.

COMIDAS TÍPICAS
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, curau, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de aipim, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.

TRADIÇÕES
As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas FOGUEIRAS, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os BALÕES também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.

A FORMAÇÃO DAS FOGUEIRAS
As fogueiras são partes fundamentais para qualquer festa junina, nas cidades, nem sempre, mas no interior, fazer uma fogueira não é tão simples assim. Aqueles que são devotos de Santo Antonio, São João, São Pedro, sabem para quem é dedicada a festa junina apenas olhando para a formação da fogueira.
Para cada santo existe um tipo de fogueira.
Elas devem ser construídas como diz a tradição, para cada dia e comemoração, elas tem a sua formação.
*Santo Antonio: As lenhas são montadas em forma de quadrado.
*São Pedro: As lenhas são atreladas em formato triangular
*São João: As lenhas são colocadas semelhantes a uma pirâmide.
No NORDESTE, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.

Já na REGIÃO SUDESTE são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.

Como SANTO ANTONIO é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.
(texto recebido por e-mail)

FESTEJANDO SÃO JOÃO

O balãozinho subiu, subiu. Era um balão colorido. Piscava. Piscava. De vez em quando dava uma, duas, ou mais piruetas no ar. Estava contente. E subia... subia seme. Passou pela lua. Cumprimentou-a. Foi ficando pequenino! No imenso do céu, se misturou as estrelas. Desapareceu.
Cá da terra eu contemplava aquele pontinho luminoso.
– Como é bom ser um balãozinho! Sobe, vai ao céu ver São João e seus carneirinhos... falar com os anjinhos, levar recados das crianças...
Hoje é proibido soltar balões – uma das mais belas atrações das festas juninas. Há multas e sanções para quem o faz. A causa da proibição é proteger as florestas e nas cidades constitui ameaça aos fios elétricos, casas, automóveis, depósitos de infláveis...
Na algazarra folgazã dos estrépidos das bombas, do crepitar das fogueiras, das vozes repletas de alegria, do pipoucar dos buscapés, ninguém viu um balão - uma grande balão - descendo vertiginosamente. Caiu sobre os fios do poste.
De repente tudo faiscou. Gritos, choros, corre-corres ... fugiu a alegria.
Uma tragédia!

Ione Jaeger


COMPARAÇÃO


Balão de São João
Estou a te invejar
Dentro do teu coração
O fogo está a queimar

No céu bailas sozinho
Vagando a noite inteira
Mas sabes o teu caminho
Vais à lua, tua companheira

Comigo é tão diferente
Mesmo se aqui convivo
Cercada de tanta gente
Qual Ahasverus eu vivo

Ninguém espera por mim
Não tenho rumo na vida
Viver assim é ruim
Sem ter certo uma guarida

E o meu peito é tão frio
Não o aquece, ninguém
Desde que há muito partiu
Meu bem, meu último bem

Ione Jaeger - 1996

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