terça-feira, 28 de julho de 2009

PAPO DE CULTURA - Ione Jaeger




INVERNO E CAFEZINHO







Dia frio. Junho. A cama aconchegante. O chimarrão aquece. É inverno no sul do Brasil. Inverno marcante pelas baixas temperaturas. Neva. E os brasileiros que não têm o privilégio de receber o frio nos meses desta estação, descem até os pampas para usufruir do frio.É a oportunidade de vestir agasalhos elegantes: mantôs de lã, casacos de pele, casacões europeus, botas, gorros, luvas de pelica e de lã bordada. Um luxo! À noite, bebem "aquele" vinho! À tarde, chocolate quente.

Sou baiana, nascida em Salvador, batizada na Lapinha. Aqui moro há 54 anos. Aclimatada. O frio, não me seduz, tampouco me apavora.

Num mês de junho, há seis anos atrás, estava em Ribeirão Preto, São Paulo. A noite era de uma temperatura agradabilíssima. Morna. Fui a uma janta no Steam Palace Hotel. Grupo de literatos. Ambiente de luxo. Produzi-me da cabeça aos pés. Vesti um "tailler" de linho rosa, manga curta. Gostei de me ver no espelho. Até o cabelo foi ajeitado no Luís (coiffeur de lá). Coloquei meias de nailon. O momento exigia. No carro, quando meu genro me levou, tive vontade de tirar as meias. Desconforto!

Adentrei no salão do fino hotel. As senhoras, poetas, poetizas, escritoras, trajavam casacos de peles, ou pelerines pesados. Os poetas, declamadores, escritores, também, em trajes de inverno. Meus pares, da Academia de Letras e da Casa do Poeta, comentaram:

_ "É gaúcha, não teme o frio! Está acostumada!" E outras exclamações da mesma natureza.

Pois é, amigos, não tenho casaco de pele (o Ibama???), detesto gorro, não bebo vinho, nem chocolate quente.
Prefiro um CAFEZINHO! Quentinho!!! Bem "brasileirinho". Com poesia. ...





Ione Jaeger (NH Inverno de 2003

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