sábado, 17 de abril de 2010

PAPO DE CULTURA - Benedito Franco

Benedito Franco


Rio construirá 10 mil casas para remover famílias ( O Globo)



...Eu acredito... e você?... Em promessa de político a gente acree... dita... A chuva já parou...





054 - Deixa comigo!



Alguns parentes e amigos estávamos na casa de um primo de onde se ouvia o que se passava no interior da residência do vizinho ao lado. Incrível: - quaisquer conversa ou barulho, por menor que fosse, eram percebidos e compreendidos.

Nesse dia, houve uma tremenda briga entre pais e o casal de filhos - presentes mais um irmão e um amigo.

Conversa vai, papo vem, alguém disse que brigas eram comuns e que todo aquele barulho era para o filho tomar dinheiro do pai - desejava depenar a economia dos pais para as farras e a compra de drogas para si, para a irmã e para

os amigos.

Resolvemos achar uma saída para o caso.

Quanto ao amigo, os pais amigos de todos, ninguém quis assumir a responsabilidade de levar até eles o fato de o filho estar entrando no submundo das drogas.



O telefonema



Alguém afirmou que resolveria o problema do rapaz. Poderíamos confiar que solucionaria mais rápido do que esperássemos. Anônima, e como ainda inexistia o bina, telefonou para o delegado:

- Senhor delegado, o Senhor me daria alguns minutos, para lhe relatar um grande problema de uma ótima família?

- Às ordens, minha Senhora, diga.

- Pois é, Senhor delegado, um casal amigo, parente de um político influente na região, está sendo agredido e espoliado por um dos filhos. O pai trabalhou durante trinta e cinco anos numa firma, até aposentar-se, economizou para levar uma vida mais tranqüila na terceira idade e agora o filho o agride para lhe tomar o dinheiro.

A pessoa explicou ao delegado o que sabia, tintim por tintim, sobre o motivo da violência do rapaz contra os pais.

- Minha Senhora... deixa comigo. Casos assim de família gosto de ajudar e de solucionar. Daqui alguns dias torne a me telefonar.

O Delegado, cumprindo a promessa, chamou um detetive e lhe ordenou:

- Você conhece o filho de fulano, parente do cicrano, um menino de uns dezesseis anos?

- Não me lembro, mas posso procurá-lo.

- Ele entrou para o mundo das drogas, levando consigo a irmã, e tem agredido o pai para tomar-lhe o dinheiro. Siga-o. Aproxime-se e provoque-o de todas as maneiras, para ele reagir. Reagindo, dê-lhe uma surra e depois de bater bastante, adverte-o:

- Isso é para você criar vergonha e deixar de agredir seu pai para tomar-lhe o dinheiro. E tem mais: sei de tudo que se passa dentro de sua casa e não são nem seus pais ou irmãos que me informarão. Fique bonzinho, trate bem seus pais, pare com as drogas e ficará livre de mim.

- Deixa comigo, Senhor Delegado.



A recuperação



O Detetive cumpriu à risca a missão. Procurou, achou, seguiu e, na primeira oportunidade, provocou o garoto, que reagiu violentamente - tomou uma bela surra.

O Detetive soube, através do telefonema da pessoa que tornou a falar com o Delegado, que o menino melhorou, mas tivera uma recaída. Saiu ao encalço do garoto e desta vez deu-lhe surra dose dupla.

Agora sim, houve a cura definitiva do garoto e da irmã.

Nota triste foi o falecimento, pouco depois, do irmão quieto do casal, mas sobrou um casal de filhos totalmente recuperado das drogas.



O triste



Em um restaurante em Belo Horizonte, encontrei-me com toda a família do amigo dos meninos e que entrava, na época, no mundo das drogas e sobre a qual ninguém teve coragem de falar para os pais. Cumprimentei-a e os pais falaram-me que vieram visitar o filho em um hospital da capital. Ele passava bem mal, devido a superdosagens de drogas. Estava em estado de coma.

Alguns dias se passaram e o menino faleceu.

Coragem da pessoa que telefonou para o delegado!... Covardia nossa?...



Benedito Franco



Você pode – deve! – ser um doador de medula...

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