DA PONTINHA III
Nestor Tambourindeguy Tangerini
Não tendo, como sempre, o que fazer, resolveu dona Genoveva, uma tarde, ir a casa do Comendador Fragoso, viúvo, proprietário e capitalista, a quem, havia muito, não visitava.
Em lá chegando, foi, como era de esperar, muito bem recebida, não só pelo chefe da casa, como também, e principalmente, pela filha deste, a qual aproveitando o ensejo, apresentou-lhe o Dr. Paraíso, que lá se achava a arrastar a pequena a sua asa de galo carijó.
Porque não fosse empata-prazer, dona Genoveva palestrou como o moço e a moça apenas alguns segundos, pediu licença e chamou o “seu” Fragoso para a sacada, onde se puseram ambos a conversar.
Muito íntima da família, perguntou ela ao capitalista:
- Quem é esse rapaz, bonito e singularmente esbelto, que me acaba de ser apresentado pela Zazá?
- É o Dr. Paraíso, Bacharel em Direito, rapaz distinto e muito inteligente, que está prestes a receber uma fortuna por meio da advocacia.
- Que me estás dizendo? Assim tão jovem?
- É para você ver.
- Conta-me lá isso direito, Fragoso.
- A questão não é complicada: chamei-o, um dia, à minha casa, para consultá-lo como advogado, e ele agradou-se da minha filha. (*)
(*) Niterói, RJ, domingo, 25/4/1926
com o pseudônimo João da Ponte.
De um recorte.
Provavelmente publicada
no jornal niteroiense O Canastrão.
[Na foto, o cronista Nestor Tambourindeguy Tangerini, o João da Ponte)
Arquivo Família Tangerini:
nmtangerini@gmail.com, nmtangerini@yahoo.com.br
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