Nestor Tambourindeguy Tangerini
Tinha o professor March apenas 13 anos de idade.
Tão inteligente como endiabrado, era o aluno mais estudioso e travesso do seu tempo de menino de escola primária.
Astucioso e engraçado, ninguém como ele para arrumar uma empulhação ou criticar os companheiros e, até, a professora, a qual, não raro, via-se em verdadeiro cortado. Criticando-os, fazia-o, geralmente em versos de pé quebrado, já reveladores, porém, do belíssimo espírito que faz hoje parte da Academia Fluminense de Letras.
Tinha um vasto repertório de anedotas “amaçanadas” e grande facilidade no atirar “pedras” próprias e cousas com que a todos encantava.
Em aula, ou no recreio, onde quer que estivesse, só se ouviam gargalhadas e gargalhadas, umas em cima das outras.
Das melhores de suas “tiradas”, que têm chegado até mim, lembra-me, neste momento, a seguinte:
Acabava um companheiro seu de receber um cachação, quando chegou a mestra, que logo perguntou:
- Que negócio é esse? (linguagem de professora).
Como ninguém se atrevesse a dizer cousa alguma, o atualmente professor March resolveu explicar:
- Foi o Alberto que apanhou por ter dito uma palavra feia.
- E que palavra foi?
- Eu tenho vergonha.
- Diga, menino! Diga! Insistiu a professora, batendo o pé.
- O melhor é a senhora ir dizendo as palavras feias que sabe porque, assim que chegar a que ele disse, eu mando a senhora parar. (*)
(*) Niterói, RJ, 18.4.1926,
com o pseudônimo João da Ponte.
[Na foto, o médico homeopata fluminense Dr. March]
De um recorte.
Provavelmente publicada
no jornal niteroiense O Canastrão.
Arquivo Família Tangerini:
nmtangerini@gmail.com, nmtangerini@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário