quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CONTOS DE JORGE EDUARDO MAGALHÃES

A pedagoga


jemagalhaes@yahoo.com.br


Luci era orientadora pedagógica de uma escola pública. Cheia de idéias estapafúrdias, era mestra em vomitar jargões como "Temos que adaptar o ensino à realidade do aluno” ou “Temos que fazer um trabalho diferenciado com o aluno” e se alguém perguntasse “como?”, falava, falava e não chegava a lugar nenhum.


Certa vez chamou a seu gabinete um professor que reprovava muito. “Não é reprovando que se educa! O senhor tem é que resgatar o aluno!”


E se irritou quando o mesmo respondeu com sarcasmo:


- Se eu quisesse resgatar alguém iria para o Corpo de Bombeiros.


Abominava por completo o ensino tradicional e “conteudista”, achava que os alunos rendiam mais com os projetos como batuques, capoeira, etc.


- Para que encher a cabeça do aluno com matemática ou português? A escola tem que ser um lugar agradável para o aluno!


Trabalhava o dia inteiro na escola e quando chegava em casa, ia logo olhar os exercícios de português, matemática, história e outras matérias do caderno do seu filho que estudava numa escola particular tradicional e super “conteudista”.











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