terça-feira, 15 de junho de 2010

MIRANTE - Marcelo de Quadro

Marcelo de Quadro


Crônicas do Desjejum




Terça, 15 de junho de 2010. Hoje é dia da estréia do Brasil na Copa da África. O adversário é a desconhecida Coreia do Norte. Em tempos de tudo globalizado é preciso ficar alerta e não temer. Temos futebol e estamos focados. É preciso confirmar a tendência de favoritismo. Até o momento ninguém, na primeira rodada, empolgou. Nem Argentina, nem Alemanha, nem Holanda, nem África do Sul. A estréia é difícil, a pressão é grande sobre os favoritos. É preciso vencer e convencer. Os brasileiros sabem disso. A zebra está atrás de alguém para escancarar uma manchete explosiva e negativa. Há um silêncio ensurdecedor na busca de algo espalhafatoso e imprevisível. Se bem que o futebol não é mais, há muito tempo, imprevisível. Tudo pode acontecer. Por isso é futebol e se tornou o esporte das massas, pobres e ricas. Também da mídia e dos patrocinadores e empresários ligados aos clubes, jogadores e empresas afins. Assim é o futebol. Até quando... não sabemos. Mas vamos lá, vamos torcer pelo Brasil!.

O futebol é um dos principais fatores causadores da globalização. Agora a Copa está nos levando a conhecer um pouco do rico e empobrecido continente africano. Ficamos pensando se a África do Sul é assim carente, o que será dos demais países que na sua maioria são mais miseráveis do que o seu irmão rico do sul? Miséria, muita miséria, sofrimento, atraso e mais miséria. E muitas dessas nações ficaram e ficarão acorrentadas até que os poderosos invasores, colonizadores e que outros adjetivos se queira dar, lhes suguem todas as riquezas naturais possíveis e também acabem com sua cultura, mediante a imposição de uma estrutura militar, outra religiosa, outra cultural, outra educacional, uma nova língua universal e oficial e uma nova divisão política administrativa, que separe tribos, famílias, povos e nações. São as sementes de uma ou várias Babilônias. Como se puder entender e interpretar.

Outro fator da globalização, envolvendo o futebol e, principalmente a Copa do Mundo, é uma espécie de miscigenação das seleções; cada vez mais acelerada nos últimos anos. Praticamente todos os países têm negros nos seus times. Sejam eles nascidos ou naturalizados nestes nestas nações representadas. E essa é uma grande vitória contra a intolerância racial, que por outro lado, vendo seu fim se aproximar, tenta encontrar meios de sobreviver em outras e várias manifestações, sejam elas abertas ou veladas. Muitas torcidas organizadas, destes mesmos times ou em seus países, muitas vezes, não resistem e mostram a camiseta, que de fato vestem por trás da máscara do disfarce. O preconceito e a discriminação odiosa e burra. Diabólica. Mas o futebol e outros esportes vão chutando estas portas; mostrando a hora de acabar com a intolerância racial, com essa prepotência e impotência velada.

Enquanto isso, na África, a Eslováquia vai marcando seu primeiro gol no jogo contra a Nova Zelândia. Dois times fracos e sem ambição ou aptidão para pensar em alguma coisa. São do grupo F desta Copa, onde, pela lógica, devem passar para a próxima fase Paraguay e Itália. Lembrando que a Eslováquia é um dos países que pertencia a Tchecoslováquia, hoje República Tcheca.

Depois da Copa tem Eleições. É logo ali... Mas os candidatos já estão por aqui, abanando as bandeirinhas do seu time. Cuidado com os sorrisos e os tapinhas nas costas. Brindes não podem mais distribuir.

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