segunda-feira, 13 de julho de 2009

PAPO CULTURAL - IONE JAEGER



F L A G E L O S


Grande orador sacro do Brasil, Padre Antônio Vieira, possuidor de extraordinários dotes literários, maior figura do renascentismo em Portugal é autor, dentre outros, do sermão pelo bom sucesso das armas portuguesas contra as da Holanda, pedindo a proteção divina para enfrentar os temidos invasores batavos (1624). No sermão, o Padre Vieira com termos enérgicos, linguagem ousada e “atrevida”, exige de Deus a obrigação de defender a terra baiana. Do púlpito, clama o pregador: por amor dos inocentes dissestes que não era bom castigar a Nínive, mas ... que desgraça é a nossa, que até a mesma inocência vos não abranda, livrando – nos da desumanidade herética.

Sermões, orações, preces, prédicas e... ações mobilizaram o povo, unindo as três raças para melhorar, guarnecer e artilhar os fortes existentes. Salvador transformou-se em verdadeira praça de guerra com mais de mil homens em armas. Catalisados pelo ideal da defesa da terra-mãe, traçaram estratégias, encararam com seriedade o desafio e muniram-se de vontade, coragem e arrebatado amor... Frente a essa audaciosa, intensa e séria defensiva, as forças invasoras capitularam após um ano de investidas agressões à paz. O flagelo da guerra, da violência, encontrou na jovem capital soteropolitana, naqueles dias sofridos do século XVII, alertada cidadela para preservar a segurança da nação que ora firmava seus deveres e direitos de cidadã.

Flagelos, quantos temos anotados na história da civilização? Pragas, pestes, epidemias, calamidades (secas, enchentes, furacões, maremotos, terremotos...), guerras, fome, miséria, massacre do trânsito, doenças sem cura, bombas nucleares, drogas, o desamor.

Hoje, no Terceiro Milênio, vivemos a cruel ferocidade da flagelação da vida urbana, vida civilizada. O homem devorando a humanidade. O homem destruindo o homem, predador da própria espécie. Está na hora de dizer BASTA! Está na hora de pensar sério em nos livrar dessa calamidade social - a violência urbana.

Não acredito que, para alcançar a liberdade de viver, é preciso “combater com pedras e tacapes, facas fuzis e canhões” qual os irmãos baianos nos idos do Brasil – colônia, não! Melhor é procurar, descobrir métodos eficazes, em curto prazo, para viabilizar e executar a advertência do cientista social Ross Stagner: “as ciências físicas atingiram um tal estado de desenvolvimento que todos os homens podem morrer juntos, cabe, agora, às ciências sociais atingirem um tal estado de desenvolvimento de forma que todos os homens possam viver juntos” antes que a humanidade seja ameaçada de um holocausto coletivo.





IONE JAEGER (Ione Maria Rocha Jaeger). Nasceu em Salvador/BA, vive em Novo Hamburgo há 59 anos, faz poesias e outros escritos para cumprimentar a vida. Tem seis livros editados. Premiada no teatro - Melhor Texto Inédito - em NH e no Paraná. Letrista no CD Momentos Reticentes, reggae, gravado pela Banda Mundo Y. Idealizou, criou e fundou a Associação Cultural de Amigos das Artes - ACAART, em NH, 1997. Organizadora da Coletânea Onde os Poetas se Encontram, na III edição.
PATRONA da 24ª Feira Regional do Livro de Novo Hamburgo, 2006. Membro da Academia de Letras, Ciências e Artes Castro Alves, POA/RS – Cadeira nº 19 – Vianna Moog; Membro da Academia de Letras de Ribeirão Preto/SP – Cadeira Augusto dos Anjos. Sócia Correspondente da Casa do Escritor e do Poeta de Ribeirão Preto CPERP/SP; Sócia da Casa do Poeta Brasileiro – POEBRAS e da Casa do Poeta Rio-Grandense – CAPORI. Membro do Clube dos Escritores de Piracicaba/SP, Cadeira Leonor Bonsi Piselli.
Criado em 13/07/06, no Calendário Municipal o Dia do Ativista Cultural, foi escolhida a data do seu nascimento (13 de maio) em homenagem ao Ativismo Cultural que desenvolve há 10 anos.
Professora, Especialista em Educação, graduada em Pedagogia (1974), pós-graduada em MTE (Métodos e Técnicas de Ensino (1979), Faculdade de Educação FEEVALE/ NH. Coordenou o Movimento da Catequese na Catedral Basílica São Luiz Gonzaga de Novo Hamburgo (1991 a 1994) Aposentada – 1983 SEC



Orquídeas do Estado do Espírito Santo
Augusto Ruschi



Naturalista capixaba (1915-3/6/1986). Autor de cerca de 500 trabalhos científicos, resultado de 50 anos de pesquisa, é um dos mais ardorosos defensores da natureza no país. Nascido na cidade de Santa Teresa-ES, formou-se em direito e agronomia, tornando-se professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especializa-se no estudo dos beija-flores, catalogando 80% das espécies brasileiras conhecidas, além de descobrir outras duas. Os livros Aves do Brasil e Os Beija-Flores do Espírito Santo resultam desse trabalho. Também desenvolve pesquisas sobre orquidáceas, contribuindo com a descrição de muitas espécies. Em 1978 atrai a atenção do público ao opor firme resistência ao governo capixaba, que pretendia desapropriar parte da reserva florestal de Santa Lúcia.
Ruschi também classificou 80% das espécies brasileiras de colibris, identificou duas novas e elaborou a descrição de outras cinco e de doze subespécies.

Foi notável pelo seu estudo sobre as orquídeas, catalogando mais de 600 espécies e identificando 50 novas.estudou também as bromélias e os morcegos do seu Estado natal, o Espírito Santo.
Após a vitória dessa campanha, transforma sua casa, construída no século XIX pelo avô e cercada por 80 mil m quadrados de mata, em um museu de história natural, que doa para o Ministério da Educação. Lidera novos protestos em 1984, dessa vez contra o desmatamento de uma área no norte do Espírito Santo, habitat de três espécies de beija-flores ameaçados de extinção. Dois anos mais tarde é envenenado por um sapo e não consegue antídoto. Cada vez mais doente, comove o país ao submeter-se a um ritual de cura indígena. Apesar da pajelança, morre algum tempo depois, em Vitória.



O conceituado botânico Augusto Ruschi, conhecido internacionalmente pelas suas pesquisas, catalogou mais de seiscentas espécies e variedades de orquídeas no Espírito Santo no qual cabe ao estado o título de apresentar a maior diversidade em flores da famílias das orquidáceas.






Recebido por E-mail (Colaboração de Célmi Minghelli

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