segunda-feira, 9 de agosto de 2010

PAPO DE CULTURA - Benedito Franco

Benedito Franco


Alô!... Sô Zé Franco taí?




Parabéns Papai!

Parabéns! Sô Zé Franco!

Parabéns! Vô Zé Franco!





- Alô! Alô! É o papai?

- Alô! Sim, sou eu. Estou conhecendo a voz... é o Bené.

- Sim, sou eu. Que saudade! Parabéns! Parabéns pelo seu dia. Faço idéia a festa que a mamãe está aprontando por aí!

- Obrigado. Obrigado. Da Naná posso esperar tudo. Eu também sinto muita saudade, mas agora mais conformado, pois tenho além da companhia da Naná, da Imaculada, do Zé Maurício, do Antonio Elcio e do Pedrinho, também do Magno e do Cláudio.

- Pois é. Enquanto aí o Senhor vai matando sua saudade, nós aqui, neste vale de lágrimas, vamos reavivando e aumentando a nossa.

- O papai, a mamãe, a Sabita e o Vital e os filhos, a Etelvina, a Sinhá e o Leandro já apareceram por aqui e me deram os parabéns. Os sogros, Sô Pedro Araujo e a comadre Mariquinha, com os filhos, fizeram barulho. Dom José Gonçalves e Dom Brandão me abençoaram. Sua Santidade o Papa João Paulo II também deve aparecer - ele faz furor até aqui no céu. Se festa houver, Nossa Senhora e São José virão abençoar toda nossa família, tenho certeza disso. Acho que é surpresa...

- É, tudo aí às mil maravilhas, mas aqui a vida está cada vez mais dura - até seu Cruzeiro não anda muito bem das pernas...

- Aqui, mais do que nunca, continuo torcendo por ele - ainda bem que os atleticanos daqui andam meio sumidos...

- E o resto do pessoal?

- O Totonho, o Durval, João Bragança e a Dona Rosa estão sempre por aqui. O que vejo pouco são os políticos brasileiros - acho que há poucos por estas bandas - será que são eternos por aí?

- Sei, ou imagino, que se encontra com os parentes, de quem o Senhor tanto gosta, e com os amigos...

- Diz-me como estão todos..

- Ih! Tem muita gente nova. A Tati casou-se e tem dois bisnetos seus: o João Pedro e o Luis Filipe. A Deusinha também tem netinhos, mas a vovó mais coruja - tanto quanto eu, é claro - é a Miriam. Fale para a mamãe que a Deusinha e a Miriam têm mais netinhos. Até a Lúcia tem netinhos...

- Vou falar com a Naná... ela não se esquece dos netos...

- Alô!... Alô!... Alô!... Que inferno!... a ligação caiu!... Essas multinacionais!...

Putss!... Acordei...



Parabéns papai!!

Bené.







José Anastácio



José...

José do Egito, filho de Jacob e de Rachel...

José de Arimatéa, discípulo de Jesus...

José, o Reformador, rei de Portugal...

José, Infante de Portugal...

José I, Imperador da Alemanha...

... José da Silva, os inúmeros Josés do Brasil...

... e Zé-Povinho, com suas características de candura, mansidão, paciência sofredora, credulidade... e sua sabedoria característica.



Assim como Abraão e os Patriarcas, ele aguardava ansiosamente o cumprimento das promessas de Deus. Entretanto, Deus realiza-as provando-o na fé. Está comprometido com a namorada, que engravida de um filho que não é dele. Não entende o que se passa. Vacila. Fica confuso e agoniado, mas acolhe a Palavra que lhe ordena tomá-la como esposa e acolher o Menino que vai nascer.

O nascimento do Filho não pôde ser programado. O Menino nasce em um estábulo, em meio a animais, à margem da sociedade. Os que vêm prestar-Lhe culto é gente estranha, moradores fora das fronteiras de seu país. Não bastasse isso, ameaçado de morte é obrigado a deixar a terra natal e fugir para o Egito.

No Egito, luta arduamente para sobreviver, numa terra estrangeira, na clandestinidade. Aguarda pacientemente o momento do regresso, quando a vida do Filho não mais estiver ameaçada. Todavia, a vida do Messias estará ameaçada durante todos os seus dias, até sua morte...

... o maior dos Josés: o esposo de Nossa Senhora!... José, o pai de Jesus!



De origem persa e mágico de profissão...

Seu nome persa era Magundat.

Abandonou a magia e foi morar na cidade de Hierápolis, depois de se tornar cristão, na casa de um ourives, cuja profissão acabou aprendendo. Encaminhado a Jerusalém, passado algum tempo, foi batizado. Sentindo-se atraído pela vida monástica, foi admitido em um mosteiro, onde aprendeu o grego, levando uma vida humilde, como cozinheiro e jardineiro. Visitava os lugares santos na Palestina, foi preso e conduzido a Betsaloé, na Pérsia. Ao ser levado diante do Governador persa, não se prosternou. Por ser cristão e não abjurar a fé, foi condenado a trabalhos forçados, torturado cruelmente e finalmente esquartejado. Era o ano de 628 de nossa Era. Cabeça erguida, confessou:

"Sou cristão, persa, da Província de Rasec, da aldeia de Rasnuni; fui cavaleiro e mago, mas abandonei as trevas pela luz; chamei-me Magundat, e chamo-me agora, como cristão, Anastácio".



A esposa gostava, amava, idolatrava José Anastácio; José Anastácio, junto com os filhos, era o tudo dela aqui na terra.

Para nós, e os parentes, também o José Anastácio era um ídolo, um conselheiro, um rei ou um imperador. Sabia ele também ser um João da Silva ou um Zé-povinho, com sua angelical candura, com sua enorme mansidão, com sua infinita paciência e com sua incrível credulidade. E sua sabedoria?... Era o sábio, admirado e respeitado por todos!

Nosso José Anastácio Franco, o Sô Zé Franco!

... O nosso São José... o esposo da mamãe!



Benedito Franco

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