quarta-feira, 24 de março de 2010

SUS EM CASA

Em menos de um ano, SUS em Casa já atendeu 160 pessoas



Jocelei Cardoso e Nadia Kruger

 
Prestes a completar um ano, o serviço de assistência domiciliar SUS em Casa já atendeu mais de 160 usuários em Novo Hamburgo. O serviço foi implantado em abril de 2009, com o objetivo de permitir que pacientes com longo tempo de internação hospitalar retornem mais cedo para suas casas, onde continuam recebendo periodicamente acompanhamento de uma equipe médica. Ele é oferecido aos pacientes do Hospital Municipal de Novo Hamburgo (HMNH) que tenham condições de permanecer sob tratamento e cuidados em sua residência, desde que eles tenham um cuidador responsável.

Para a secretária de Saúde, Clarita de Souza, o programa é de grande importância. “O atendimento domiciliar qualifica as ações de saúde, firmando o acompanhamento familiar como item fundamental na cura das doenças”, salienta. De acordo com Clarita, o tratamento domiciliar promove qualidade de vida a quem necessita de cuidados, já que diminui os riscos de complicações em pacientes, comuns em um ambiente hospitalar.

Conforme a coordenadora do SUS em Casa no Município, Ana Paula Nascimento, a finalidade da inserção desse programa foi evitar a permanência desnecessária do paciente no hospital. "Por exemplo, uma pessoa que quebrou uma perna não precisa ocupar um leito do hospital caso ela tenha condições de ser atendida na sua própria casa com orientação qualificada", garante. Ela afirma ainda que esse sistema cria um ambiente mais propício para a recuperação dos atendidos. Uma prova disso é o caso de Jocelei Tasso Silva, de 51 anos, morador do bairro Canudos. Ele é diabético e teve que ser internado no hospital por problemas cardíacos. No dia seguinte a sua internação ele recebeu alta para receber o tratamento domiciliar. "No hospital fui super bem tratado, mas em casa é bem melhor porque tenho mais conforto e mais espaço para caminhar. Os meus familiares não têm transtorno de deslocamento como antes e eles me acompanham diariamente de perto", disse.

Outro paciente atendido pelo SUS em Casa é Mabile de Oliveira, de 73 anos, moradora do Loteamento Kephas. Ela diz estar satisfeita com o serviço e com os profissionais que lhe atendem. "Eu sou atendida sempre pela mesma equipe e isso me deixa mais a vontade. Os profissionais são muito competentes e atenciosos", falou Mabile. A usuária também disse que se sente bem melhor sendo tratada em casa. "Aqui sempre tem gente, ao contrário do hospital onde meus amigos e familiares só me viam no horário de visita", argumenta.



Atendimento em casa auxilia na melhora

Conforme a médica Nádia Krüger, que integra a equipe do SUS em Casa, o tratamento domiciliar é um aditivo para a melhora dos pacientes. "Eles se sentem melhor psicologicamente e melhoram gradativamente. Só o fato de os pacientes se alimentarem com seus familiares, escolhendo o cardápio, dentro de um dieta orientada, torna a recuperação mais rápida. É algo que se soma no tratamento", explica a médica. O caso de Alvina Pedrosa Dornelles, 69, que mora no bairro Vila Nova, serve de exemplo. Ela ficou 60 dias internada no hospital, após ter uma das pernas amputada em função da diabetes. Quando ganhou alta, ela passou a ser atendida pelo programa e desde então, não precisou mais ser hospitalizada. "Me recuperei melhor em casa e até engordei um pouquinho. Enquanto estive no hospital fiquei muito preocupada e sentia falta do meu lar. Aqui em casa meus filhos sempre estão em roda", comentou Alvina, que tem como sua cuidadora, a filha Neila Pedrosa da Veiga, 33, que é técnica em enfermagem.



Equipe é dividida em dois grupos

A equipe de profissionais que atua no SUS em Casa é constituída por dois grupos. O primeiro, que trabalha em todos os casos, é formado por um enfermeiro, um técnico de enfermagem e um médico. Já o segundo grupo, de apoio específico para cada caso, possui um nutricionista, um farmacêutico, um assistente social e um psicólogo. Para o deslocamento da equipe de visitação, o prefeito Tarcísio Zimmermann doou o carro oficial da Prefeitura. "Quando nos apresentaram o projeto, foi pedido um carro. Então resolvi doar o meu", esclareceu o prefeito na época. Por enquanto o serviço é disponibilizado apenas para usuários do HMNH, mas futuramente os pacientes encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) também serão beneficiados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário