sexta-feira, 13 de novembro de 2009

PAPO DE CULTURA - Benedito Franco


Benedito Franco


Paseios, Chico Chavier e vincos...




.....E por falar em mini saia...







Sem apagão e felizes...



Pensam que mini-saia, ou vestido curtíssimo, é coisa d'agora? Ledo engano. Papai me relatou que, em sua terra, pelos idos de 1924-25, as moças usavam-nos. A Belinha, a mais bonita da cidade, Miss Antonio Dias, mocinha linda, como o nome indica, alegre, sorridente e serelepe, de ótima família, desejada ou admirada por todos, com curvas e seu rebolado sexy, nas ruas e casas, virava a cabeça de meninos e moços. Inocentemente, com as mini saias, ou vestidos curtíssimos, colocava à mostra a calcinha de rendas... Se numa Universidade estivesse... seria expulsa!... Deixe pra lá!





CORONEL FABRICIANO - Juventude



077 – Passeios



O Paulo Antunes, vereador, convidou-me para ir a uma seção da Câmara dos Vereadores do Município de Coronel Fabriciano.

Os Excelentíssimos Senhores Vereadores foram muito corteses comigo. Contudo, achei interessantíssima a oratória de alguns: falavam - ao microfone, diga-se de passagem - como se estivessem numa praça ou uma senhora Sala de Reuniões de cem ou centenas de metros quadrados – apenas uma sala de uma simplicidade franciscana, de uns seis por dez, no máximo.

No final da Reunião, convidaram-me a falar e a dar alguma ou algumas sugestões. Ainda nem a Usiminas havia começado, mas Fabriciano mostrava-se uma cidade movimentada, e com muita gente nas ruas, principalmente por causa da Acesita em pleno funcionamento. Sugeri que os passeios da cidade tivessem pelo menos três metros de largura, impressionado que fiquei com os passeios de Governador Valadares, sete metros ou mais – cidade a qual visitara no dia anterior. Os Senhores Vereadores até gostaram de minha sugestão, mas argumentaram que iriam contrariar muita gente com seus projetos de casas ou prédios prontos ou a fazer – diminuiriam o tamanho dos lotes existentes e, mesmo dos novos, as Imobiliárias iriam gritar muito contra. São os meandros de nossa política... Já pensaram Fabriciano com passeios de no mínimo três metros em toda a cidade?

Em Lafaiete, ao então candidato a prefeito, pela primeira vez, o Senhor Vicente Faria, fiz a mesma sugestão. A resposta foi a mesma ouvida dos Excelentíssimos Senhores Vereadores da Câmara Municipal de Coronel Fabriciano. Em rua bem movimentada em Lafaiete há passeios de pouco mais de meio metro de largura – e com construções novíssimas. Sem comentários...





109 – Chico Xavier



Bem novo, com dezoito anos, dava aulas de matemática e desenho em um colégio de Pedro Leopoldo, cidade perto de Belo Horizonte, com ares e alguns costumes da capital. Povo elegante, achava, levando-se em conta que tinha vindo de Congonhas e Fabriciano - ainda nem se falava em Usiminas.

Saindo da igreja, vi um homem muito simples, chegando a ser simplório. Diferente do povo mais alinhado do lugar - chamou-me a atenção.

Morava no Hotel Santos, onde havia sempre muita gente de fora da cidade, de Minas e de outros estados e países, para ver um médium que à noite, em seção espírita, escrevia coisas que satisfaziam aos visitantes, e até mesmo livro já tinha escrito - psicografava.

No restaurante do hotel, estava sempre o senhor que me despertou a atenção. As mesas cheias, sentei-me na dele e conversamos coisas corriqueiras. O papo simples e prazeroso continuou por quase três meses, enquanto morei em Pedro Leopoldo.

Sem dar a importância devida e sem me inteirar por completo de suas atividades, almoçava quase todos os dias com o Chico Xavier.

Um santo não católico de nossos dias... antigamente houve Sócrates, o filósofo grego.





192 – Vincos na calça



Depois que saí do Seminário em Congonhas, MG, dei aulas de desenho e matemática em Pedro Leopoldo. Indo para Fabriciano, Padre Brandão, depois Bispo de Propriá no Sergipe, indicou-me para eu dar aula de matemática no Colégio Nossa Senhora do Carmo em Fabriciano.

Para o bem da verdade, entendia eu nada de pedagogia – paidagogos – mas as alunas – colégio só feminino – respeitavam-me e até gostavam de mim. Ainda hoje, quando encontro uma de minhas alunas, tratam-me com muita reverência. Que diferença dos alunos de hoje!

Comprava peça de pano para fazer minhas calças, os cortes, por um dos muitos alfaiates do lugarejo – já cidade, mas ainda pequena – não existia a Usiminas. Pelo calor de Fabriciano, os panos para as calças, tinham que ser bem finos e moles – linho ou algo parecido.

Mamãe incumbiu minha irmã Imaculada de cuidar de minha roupa – lavava e passava. Esmerava no trabalho, principalmente nos vincos das calças. Lá ia eu andando e a calça se mexendo toda. Com os vincos e a calça bem lisa, resultado de ter sido bem passada, toda orgulhosa ficava a Imaculada, não deixando de se vangloriar com as colegas.

Imaculada era minha aluna.


Benedito Franco



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