segunda-feira, 24 de maio de 2010

CONTOS DE JORGE EDUARDO MAGALHÃES

Jorge Eduardo Magalhães e Jorge Bombeiro

A privilegiada


“Sou muito feliz, meu pai é um bem sucedido empresário da área de hotelaria e minha mãe é dona de uma rede de academias de ginástica., tem filiais em todo o país.

Todos os anos viajo para um país diferente. Já fui à França, Espanha, Suíça, Argentina; ano passado fui a Portugal, conheci Lisboa, Coimbra, Cascais, Porto. Talvez esse ano nos vamos conhecer o Canadá.

Portanto, não podemos namorar, somos de classes diferentes, meus pais não iriam aceitar. Sou cortejada pelos melhores partidos desta cidade. Sei que você gosta de mim, mas é impossível que aconteça alguma coisa entre nós, aliás, acho que você está querendo demais, não acha?

Espero que você não fique chateado com a minha sinceridade, mas não queria despertar falsas expectativas em você. Agora tenho que ir, pois tenho que acompanhar meus pais a um jantar na casa do governador, o filho dele é apaixonado por mim. Adeus!”

Ficou observando o seu pretendente, cabisbaixo, afastando-se até desaparecer. Pegou o ônibus para o subúrbio onde morava, sua casa era humilde e ao entrar, seu pai, bêbado, sussurrou:

- Por que você demorou tanto?

- Desculpe a demora, é porque eu estava até agora conversando com o filho do governador, ele é apaixonado por mim, eu disse que o nosso amor é impossível, que sou de família pobre; mas ele disse que não se importa com isso e...

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