Marcelo de Quadro
Em 2014 eu quero uma seleção de brasileiros no Brasil
Somos um país continente. Exportamos jogadores para outros times e seleções. Alguns deles só ficamos sabendo que são brasileiros quando mostram a dupla nacionalidade no outro país ou clube. E na hora de formar a nossa seleção corremos atrás daqueles medalhões, que só querem saber do glamour que os flashes dão. Não têm mais aquela gana de vencer e mostrar talento; não têm boa vontade, sangue e suor pela camisa da seleção.
Tudo bem... alguém dirá que isso não é viável. Dirão que os melhores, brasileiros ou não, ainda atuarão muitos anos na Europa, na Ásia e até nos Estados Unidos. Mas eu insisto. Para 2014 quero um time, uma seleção de brasileiros! E acho que estou certo. A Copa será no Brasil, os atletas que jogarem no país estarão ambientados com o clima, com os estádios, a alimentação, técnicos e vários tipos de competição que realizamos aqui. Existem os regionais, a Copa da Brasil, o Brasileirão, Copa Sulamericana, a Libertadores e ainda os amistosos. E temos jogadores de várias culturas e talentos jogando aqui. E até muitos estrangeiros. Claro que não somos uma Europa! Mas creio que temos o suficiente. Além do mais, quando começar a fase de testes e convocações de jogadores, podemos fazer jogos com seleções de outros países, ou mesmo times estrangeiros. O que normalmente já fazemos.
Então tem tudo para dar certo. Mas tem uma causa que eu reputo principal nesta questão de time com brasileiros, aqueles que estiverem atuando no Brasil. Eles darão tudo para atuar na seleção, para mostrarem que têm valor, que têm categoria e talento. Além disso, é um passo fundamental para, além do reconhecimento nacional e internacional, fazerem contratos melhores e maiores. Esta, inclusive, poderia ser uma regra a ser pensada: jogador brasileiro para sair do país teria que ter convocação para a seleção brasileira. Claro que é utopia! Os clubes não aceitariam; precisam vender um ou mais talentos a cada ano para equilibrar a folha de pagamentos. As dívidas são altíssimas e os clubes deficitários. Mas, enfim, é apenas uma reflexão na tentativa de evitar a fuga em massa de talentos embrionários para outros países. Alguns nem tão talentosos assim. Mesmo assim rendem boa grana aos cofres de clubes, empresários e famílias. Depois ainda têm a chance de serem titulares em suas novas equipes e até jogarem na seleção destes países, depois de uma naturalização.
Não será um time de milionários. De jogadores que já estão com suas vidas resolvidas. Que não se preocupam mais tanto com a questão futebol dentro de campo. Os novos selecionados serão brasileiros vivos, com vontade de mostrar sua arte com talento, bravura, beleza, respeito sem temor ao adversário. Deixando a mágica seleção de 1970 de lado, quando ainda tínhamos reis jogando futebol, Pelé, Tostão, Carlos Alberto, Rivelino, Jairzinho... Acho que podemos pensar em montar uma seleção que tenha o talento indiscutível do time de 1982, o pragmatismo da seleção de 1994 e a certeza de vitória da equipe de 2002. Tudo isso com talentos nacionais, sem precisar dos importados. Sem problemas de calendários diferentes, de cultura tática muito diferente, de condicionamento físico totalmente diferente, de visão de futebol diferente.
Creio que isso é possível e fará bem ao futebol brasileiro. Estaremos em casa, preparando o nosso time, para a nossa Copa. Teremos olheiros em qualquer parte do mundo. Não faltarão informações; ainda mais na era da informática em que tudo é instantâneo. Assim como eles também farão com o nosso time ou com nossos atletas. Não há problema. É assim que funciona. E além de tudo poderemos evitar um grande problema que é não poder observar atentamente os jogadores que atuam fora do Brasil. Precisamos fazer uma grande Copa, em todos os sentidos. E temos todas as condições de criarmos um ritmo vencedor para a questão da seleção. Claro que treinador temos aqui também os melhores. E nisso nem vou entrar em detalhes. É só traçar o perfil desejado e convocar. Prá frente Brasil!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário