O TEXTO FORA DO CONTEXTO – 1ª PARTE
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.”
(2 Timoteo 3. 16, Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Atualizada).
Você já ouviu dizer que a Bíblia é contraditória, ou que a ela tem várias interpretações? Ou ainda, que as Escrituras foram alteradas com o passar do tempo? Estas são afirmações muito comuns de se ouvir atualmente, entretanto, são precipitadas. Primeiro: Geralmente quem as faz não estuda a Bíblia, nem sequer lê um versículo por dia. A pessoa simplesmente não quer se dar ao trabalho de ler, então, diz que não lê porque a Bíblia pode não estar correta. Segundo: Ainda que tenham ocorrido alterações ou erros de tradução, isso não ocorreu em toda a Escritura, por isso, se existe dúvida em determinado texto, devemos olhar o contexto para entender. Pedro, em sua segunda carta, dá um exemplo muito claro de que podemos nos confundir ao ler as Escrituras analisando textos de forma isolada: “[...] o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.” (2 Pedro 3. 15-16 – ênfase acrescentada). Pedro exorta que Paulo escreveu sobre alguns assuntos difíceis de entender, e que se ficássemos apenas nestes textos, poderíamos entender o texto de forma incorreta. Vamos analisar alguns textos, apenas como exemplo, para ilustrar melhor que não podemos aceitar um texto fora do contexto para concluirmos algo. Peço que leiam essa análise de maneira aberta, sem preconceitos religiosos. Não é meu intuito questionar a fé de alguém ou agredi-la, mas sim, estudar a verdade, segundo a Bíblia, para que todo aquele que crê em Jesus Cristo não seja enganado por ensinos de pessoas equivocadas em suas interpretações sobre a Palavra.
Uma amiga me disse que conversou com um conhecido, cuja religião é o espiritismo, sobre Jesus Cristo. O conhecido perguntou-lhe se ela cria em reencarnação. Ela taxativamente disse que não, pois a Bíblia não afirmava tal doutrina. Ele, espantado, disse que Jesus havia falado sobre reencarnação e citou o seguinte versículo: “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3. 3). O espiritismo cita esse texto para ensinar que Jesus afirmou existir a reencarnação, e, lendo apenas esse texto, isso pode ser interpretado inclusive dessa forma. Mas vejamos como Jesus continua sua fala em um versículo mais a frente: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.” (João 3. 5-6 – ênfase acrescentada). O nascer de novo não significa reencarnar, mas sim, se tornar uma nova pessoa, ser batizado (nascer da água) e receber o Espírito Santo (nascer do Espírito), pois em 2 Coríntios 5. 17 Paulo afirma: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” Isso é nascer de novo, matar a velha criatura pecadora e se transformar numa nova criatura. Vejamos ainda o que o autor de Hebreus fala sobre a morte no capitulo e versículo 9. 27: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.” Quer dizer, se o homem morre uma só vez e depois vem o juízo (descrito em Apocalipse 20. 11-15), então ele não fica reencarnando. Os apóstolos jamais desmentiriam Jesus.
Outro texto que é citado e pode desviar o sentido das palavras do nosso Salvador é o seguinte: “Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo.” (Mateus 5. 29). Vamos então nos mutilar para podermos entrar no reino de Deus? Claro que não! Embora alguns, equivocadamente, defendam a mutilação e a penitência física para a purificação de seus pecados. Os versículos anteriores, 27 e 28, explicam a questão do adultério, onde o Senhor Jesus afirma que se olharmos para outra pessoa com o desejo de possuí-la já estamos adulterando no nosso coração, em pensamento, e isso também é adultério. Jesus quis ensinar que o adultério, por exemplo, começa na mente pra depois se consumar fisicamente. Então o homem (ou mulher) vê, cobiça, imagina, embora ainda não cometa fisicamente. Mas chega um momento, depois de muito praticar esses três passos, que a chance aparece, e a pessoa tão contaminada com esse pensamento não consegue resistir e, como escravo, segue os desejos do seu corpo e consuma o fato. Jesus, com a afirmação do versículo 29 nos advertiu que, se é por olhar alguém que o pecado começa, então arranquemos essa pratica de nossas vidas para que não cheguemos a ser dominados e cometamos o pecado. No próximo artigo relatarei outros textos que podem ser mal interpretados caso não estudemos a Bíblia como um todo.
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Deus abençoe a todos com libertação, entendimento e salvação! CRISTIAN DAHMER
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