sexta-feira, 2 de julho de 2010

MIRANTE - Marcelo de Quadro

Marcelo de Quadro

Educação

No ar... o capítulo da Avaliação


Lendo o editorial de Zero Hora, de 30 de junho, noto que a questão da Educação, a sua discussão para a busca de uma saída promissora e urgente, é o capítulo da vez. Rogamos para que não fique apenas no plano da discussão. Que se encaminhe para um projeto. E que este projeto tenha um programa e um cronograma de execução. E, mais do que tudo, que encontre bons e decididos executores para esta obra suprema de criação de um futuro responsável, melhor e mais largo. Que alimente os anseios de horizonte real para o exército de juventude que vem chegando, como num trem, a cada estação.

No meu entender, de leigo, a Educação do Brasil precisa dar um salto de qualidade de forma integral: no sistema de ensino, no sistema de avaliação das instituições, na questão da qualificação dos profissionais e da estrutura da escola, a formação e a remuneração do professor e, principalmente para mim, da avaliação da própria forma de avaliação. Esta, aliás, acredito que mereça um capítulo à parte; e de bom tratamento. Desde os meus tempos de estudante e mesmo agora, sinto o sistema de avaliação como incentivando a competição entre os alunos de uma mesma classe e seus colegas, até os de outras turmas e escolas. Mas isso, na minha visão, parece estimular um sentimento de egoísmo, de preconceito, de vaidade, de descompromisso, de não se importar com quem está vindo atrás, na escuridão completa ou no crepúsculo. É discriminatório no sentido mais negativo. Vai incutindo na cabeça daqueles com maior dificuldade de compreender determinados temas, lógicos, exatos ou não, um sentimento de inferioridade e trauma. Isso é péssimo e deseduca. Atravanca o progresso; e não atende a particularidade de cada aluno e de cada região e família de onde procede. Quando tem família.

O sistema poderia e deveria ser muito mais Solidário do que Competitivo. E esse sentimento deve ser construído desde as primeiras classes, de uma forma didática e pedagógica. Educação com amor, responsabilidade, seriedade, compromisso com o ser humano que está ali à disposição, na forma de aluno, como que subjugado a vontade do mestre, do seu programa, da sua instituição e da sua vontade própria de fazer aquela bolinha rolar, para um lado ou para o outro. Acredito que o sistema que eu chamo de Solidário é o mais adequado, mais qualificado e qualificador. Mais responsável e benigno, incentivador, descortinador e positivo. É um sistema libertador e compromissado com a vida. Pronto. É isso. Dando uma rápida ideia, acredito que devemos e podemos criar um sistema que nivele todos os alunos numa média sete. Mas fazendo com que o aluno aprenda realmente. Fazendo os alunos com média menor estudarem com os alunos que tiveram melhor entendimento nas determinadas matérias. Fazendo aulas de reforço com professores de outras turmas ou treinados justamente para esta parte no processo. Assim todos teriam um aproveitamento médio satisfatório. E acima deste patamar estimular uma competição saudável até à média dez. Aí vale o desempenho e o empenho de cada aluno. E a felicidade de cada professor, turma e escola. Precisamos de um ensino que nos leve à excelência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário