Cristian Dahmer
SEGUE-ME TU
“[...] E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias: mas, quando já fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde tu não queiras. E disse isso significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isso, disse-lhe: Segue-me. E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair? Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será? Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.” (João 21.17-22, Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Corrigida).
Esses dias, fazendo uma aula de Power Jump, veio à minha mente algo que me fez refletir sobre o nosso comportamento em relação aos nossos irmãos. Pra quem não sabe, Power Jump é o exercício em que fazemos movimentos coordenados em cima de um mini-trampolim. A música toca e o professor, à frente, chama para os movimentos, enquanto os alunos tentam imitá-lo. Alguns alunos conseguem e outros não. Aqueles que estão começando têm mais dificuldades em se equilibra no jump e ao mesmo tempo fazer os movimentos corretos. É mais ou menos quando você, pela primeira vez, dirige um carro. Tem que pensar na velocidade, na embreagem, no pisca, no retrovisor, etc. O curioso é que eu posso saber toda a coreografia, mas se por algum momento olho para um novato pulando de forma incorreta, automaticamente eu erro o movimento também. O professor está lá na frente para ser o nosso balizador. Se quisermos fazer os movimentos corretamente, devemos olhar para ele, pois quando nos distraímos e olhamos para o lado, para o nosso companheiro de aula, com certeza nos perdemos e fazemos errado. E geralmente passamos a olhar para os outros alunos quando nós já estamos bem treinados, então esquecemos de olhar para o professor.
Neste momento, quando tudo isso me passou pela mente, entre um e outro pulo, relacionei esta situação com a conduta cristã. Lembrei-me dos versículos acima, principalmente quando diz ”se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu”. Neste contexto, o Senhor Jesus já havia ressuscitado e estava em seus últimos dias na Terra instruindo Seus discípulos. Estava falando com Pedro quando este, depois de ouvir o que o Mestre havia dito a ele, pergunto a Jesus sobre o apóstolo João. Cristo, de maneira direta, perguntou a Pedro o que lhe importava o que seria de João. E ainda disse: Segue-me tu! Os discípulos, em outras passagens, mostravam-se competitivos entre si, como podemos observar em Lucas 22. 24. Provavelmente, Pedro perguntara a Jesus de maneira “bisbilhoteira” para saber se João seria mais importante ou não que o próprio Pedro na pregação do evangelho. Claro que isso é uma suposição, pois não estávamos lá para saber, todavia podemos observar a maneira como Jesus respondeu a Pedro, como quem diz: olhe para frente; não fique olhando para os outros; faça você o que Eu te ordenei! Imagino que Simão Pedro tenha agido mais ou menos como os primeiros trabalhadores na parábola de Mateus 20. 1-16.
Mas independente dos motivos pelos quais ele fez tal pergunta, o que me faz refletir e me ensina é a resposta de Cristo. Jesus deixou bem claro que o que Ele faz a cada pessoa e como cada um responde a isso é unicamente da conta dos dois. Então transfiro a pergunta para os cristãos atuais: Se teu irmão faz tudo errado e mesmo assim está sendo abençoado por Deus, que te importa? Se ele abasteceu o carro no sábado, que te importa? Se ele não vai com terno à igreja, se ele foi assistir a um jogo de futebol, se ele caiu na fé, que te importa? Siga você a Jesus! Não é da sua conta o que teu irmão faz ou deixa de fazer. Ele já tem um Juiz, e um justo Juiz. Daí os leitores podem me indagar: “Então não posso mais advertir meu irmão que ele está errado?” Claro que pode! E deve! Não me refiro aqui à exortação com amor, aquela que edifica, que ajuda, que salva. Quando falei “que te importa”, me referi à fofoca, à inveja, ao “burburinho” sobre a vida dos outros, como se nós fôssemos perfeitos para apontar os defeitos dos outros de maneira destrutiva e implacável. Refiro-me ao fariseu que ainda vive dentro de muitos membros de igrejas! Àqueles que deviam se importar quando o irmão está passando fome e ajudá-lo, e não quando ele tem uma filha que usa minissaia e acusá-lo de não ter sabido criá-la. Assim como quando eu desvio os olhos do meu professor no Power Jump, olhando para o meu colega, eu acabo perdendo o compasso da coreografia; quando eu desvio os olhos de Jesus e de Seus ensinamentos, olhando de forma nociva para o meu irmão, eu caio na minha fé e peco contra Deus. Jesus disse: “Que te importa? Segue-me tu!” Não olhe para o lado, a menos que seja para ajudar. Se o seu irmão não quer fazer do jeito que foi ensinado, deixe. Todos temos nossas teimosias. Deus é soberano e ensina a cada um. Ele conhece o coração e o tempo que cada ser humano tem para entender as coisas (sei disso por mim mesmo). Ame as pessoas como Jesus ensinou, sejam irmãos da igreja ou incrédulos. Ore para que Deus mostre o caminho certo a elas. Deixe que o Senhor julgue cada pessoa; você apenas O siga!
Você é muito importante para Jesus, não importa quem você seja ou o que tenha feito. Deus prometeu que, se você se arrepender dos seus erros e se converter, Ele te perdoará e te aceitará. Caso você não reconheça, ainda, o seu erro, pois não entende o porquê de certas coisas acontecerem; entretanto quer entender e servir a esse Deus de amor e graça, não se preocupe! Venha como você está, seja sincero diante de Jesus e o mais Ele fará! Se você tem dúvidas, comentários, ou quer se cadastrar para receber por e-mail os artigos semanais, mande um e-mail, sem anexos, para: meubaluarte@gmail.com . O Senhor Jesus se sacrificou para que você fosse livre do pecado; Ele ama você.
Deus abençoe a todos com libertação, entendimento e salvação!
CRISTIAN DAHMER
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