terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Moçambique aprova projeto que estuda os efeitos do exercício físico em indivíduos infectados pelo HIV

Moçambique aprova projeto que estuda os efeitos do exercício físico em indivíduos infectados pelo HIV



Projeto da Feevale é inédito e tem previsão de início em 2010







A realidade de Moçambique é assustadora. Estima-se que 16% da população, com idade entre 15 e 49 anos, esteja infectada pelo HIV. Análises epidemiológicas conduzidas recentemente não mostram evidências de redução da prevalência do HIV. Pelo contrário, a região sul do país registrou um crescimento considerável entre 2004 e 2007.


Com o objetivo de melhorar a expectativa de vida desta população, os professores de Educação Física Alexandre Lazzarotto e António Prista realizaram o projeto "Efeito do exercício em indivíduos moçambicanos infectados pelo HIV que fazem uso da terapia com antiretrovirais (TARV)" que foi aprovado no edital do Programa Nacional de Investigação em HIV/SIDA, do Ministério de Ciência e Tecnologia do país. Lazzarotto é pesquisador do grupo Corpo, Movimento e Saúde da Feevale (Novo Hamburgo, Brasil) e Prista é diretor da Escola de Educação Física da Universidade Pedagógica (Maputo, Moçambique).


A idéia original do projeto surgiu a partir da tese de doutoramento do professor Alexandre Lazzarotto que, posteriormente, se constituiu no projeto de pesquisa da Feevale chamado "O treinamento concorrente com séries simples nos parâmetros imunológico, virológico, cardiorespiratório muscular de indivíduos infectados pelos vírus da imunodeficiência humana tipo 1", adaptado e trabalhado em parceria com o professor Prista, de Moçambique.


O projeto, inédito no Brasil, tem como relevância a busca da melhoraria da aptidão física das pessoas que se utilizam da TARV (conjunto de medicamentos essenciais no combate ao HIV), sem prejudicar o sistema imunológico das mesmas e, desta forma, aumentar a expectativa e a qualidade de vida dos moçambicanos. Os fármacos antiretrovirais (ARV) foram introduzidos no serviço nacional de saúde há mais de cinco anos pelo Ministério da Saúde de Moçambique. Estes são utilizados em duas frontes principais: a prevenção da transmissão mãe-filho e a terapia de pacientes com doença por HIV.


Segundo Lazzarotto, as primeiras ações do projeto serão capacitar a equipe em Moçambique e selecionar os pacientes. "A aprovação neste edital faz com que consigamos chegar cada vez mais perto de nosso objetivo: ser um centro de referência sobre o assunto. Queremos criar o primeiro centro de exercício para pacientes de HIV no país", afirma Lazzarotto, o único pesquisador brasileiro no projeto, que tem previsão de início em 2010.

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