domingo, 6 de março de 2011

FOCO CRISTÃO - Cristian Dahmer

Cristian Dahmer













O BOM SAMARITANO




“Um mestre da Lei se levantou e, querendo encontrar alguma prova contra Jesus, perguntou: — Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna? Jesus respondeu: — O que é que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? E como é que você entende o que elas dizem? O homem respondeu: — ‘Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo.’ — A sua resposta está certa! — disse Jesus. — Faça isso e você viverá. Porém o mestre da Lei, querendo se desculpar, perguntou: — Mas quem é o meu próximo? Jesus respondeu assim: — Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo: — Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele. Então Jesus perguntou ao mestre da Lei: — Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado? — Aquele que o socorreu! — respondeu o mestre da Lei. E Jesus disse: — Pois vá e faça a mesma coisa.

(Lucas10. 25-37, Bíblia Sagrada, Nova Tradução na Linguagem de Hoje).



Fica difícil compreender a magnitude dos ensinamentos de Cristo sem conhecer o contexto original da época. A história do bom samaritano é muito conhecida, até mesmo entre os não cristãos. Mas o que temos que entender, primeiramente, é a natureza desses personagens à época desta parábola. Notem que os dois primeiros a passarem pelo homem assaltado foi um sacerdote e um levita. Estes eram judeus importantes entre o povo judeu, eram as autoridades espirituais da época. O último a passar foi um samaritano comum. Os samaritanos e os judeus não se gostavam. Eles não tinham relacionamento, e os judeus achavam os samaritanos indignos do amor de Deus. Jesus não disse se o homem assaltado era judeu, mas, pela mensagem que quis passar, muito provavelmente dera a entender que sim. O Senhor quis mostrar aos religiosos da época quão enganados eles estavam em relação ao “amar Deus” e “amar o próximo”. Os dois religiosos, que deveriam ter ajudado o homem, que tinham a autoridade espiritual para praticarem o que a Palavra de Deus diz, simplesmente passaram longe. Já o samaritano, aquele que era desprezado e marginalizado pelo povo judeu, aquele que era indigno do favor divino, este sim fez o que se esperava de um crente.

Agora, tenho uma história bastante parecida com essa: Um garoto de rua, de uns 13 anos, parou no sinal de uma rua da cidade para pedir dinheiro. Chegou então no carro de um cristão da igreja “A”, que estava com o vidro do carro aberto, e pediu uns trocados para comprar comida. O cristão, apesar de ter R$ 100,00 na carteira, disse que não tinha nada. Depois, o menino se dirigiu ao carro de trás, onde estava uma família cristã da igreja “B”. Quando o motorista viu que o rapaz iria até seu carro, tratou de fechar o vidro. O jovem parou em frente ao vidro, pediu dinheiro, mas o motorista, cristão, nem sequer olhou para ele. Continuou conversando com sua família como se o garoto nem estivesse ali presente. Então, o rapaz foi para o próximo carro, e neste estava um homem com um cigarro na mão. Tinha acabado de vir de uma “noitada” de festa. Havia se prostituído e usado cocaína, embora já estivesse lúcido. O menino chegou perto dele e pediu umas moedas para comprar um lanche, pois estava faminto. O homem jogou o cigarro fora, encostou o carro mais a frente, chamou o garoto e o levou a uma lanchonete próxima dizendo: “Venha comigo, também estou com fome, vamos tomar um lanche!”

Esta história não é para fazer apologia ao pecado, nem para dizer que todos os cristãos são hipócritas. Todavia, o fato é que se têm visto cristãos como os antigos judeus. Aqueles que foram escolhidos para guardar a lei e os mandamentos de Deus, e mostrar o Seu amor ao mundo, simplesmente ignoram estes fatos. Enquanto isso, pessoas com condutas questionáveis praticam o amor que Cristo ensinou de forma mais sincera que aqueles que deveriam dar o exemplo. Confesso que às vezes me sinto envergonhado por mim mesmo. O Senhor Jesus afirmou aos líderes judeus da época, em Mateus 21. 31: “[...] Eu afirmo a vocês que isto é verdade: os cobradores de impostos e as prostitutas estão entrando no Reino de Deus antes de vocês.” Você já se imaginou ouvindo estas palavras da boca de Deus? Pois é isso que Ele nos diz quando agimos como na história acima. Não estou falando de segurança pessoal, de preservar nossas vidas contra um possível assalto. Falo de um morador de rua que estava com fome e pedia dinheiro para comprar comida. Um jovem que, se quisesse assaltar alguém, não estaria num sinal. Além disso, ainda que fosse um assaltante com uma arma, de que adiantaria estar com o vidro fechado? O que estamos ensinando a estas pessoas? Que tipo de cristianismo estamos praticando? Ademais, não é apenas dinheiro que essas pessoas precisam; é olhar no olho, é conversar com elas, é mostrar-lhes que existem pessoas que as amam, independente de sua condição, assim como Cristo as ama. Este sim é o grande mandamento. Além disso, será que Deus não é poderoso o suficiente para nos proteger, quando cumprimos Seus ensinamentos?

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Deus abençoe a todos com libertação, entendimento e salvação! CRISTIAN DAHMER 06/03/2011

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