domingo, 28 de março de 2010

ASSUNTOS DA TERCEIRA IDADE - Sylvio Sperb

Velho(a) ou Decrépito(a):
você escolhe


*Marcelo Blaya Perez

Os humanos podem viver 120 anos, programa que está no nosso DNA. O que a experiência nos ensina é que, ao depararmos com um Oscar Niemeyer ou Rita Levi-Montalcini, reagimos como se fosse milagre.

A vida humana pode ser dividida em terços, como o rosário. Comparo-os com as três semanas do choco da galinha. A inspeção diária mostra ovos iguais, mas no final alguns se partem e nascem pintinhos; outros, podres. Fumantes, obesos e sedentários parecem normais, mas, como os podres, podem terminar no câncer ou nos enfartes e derrames.

No primeiro terço plantamos o que iremos colher. A morte neste terço se deve mais às drogas: Ellis Regina e à velocidade: Ayrton Senna. No segundo terço podem morrer de câncer, enfartes, derrames, diabetes. Alguns não morrem, como os de Alzheimer e Parkinson.

O necrológio mostra que a maioria morre no segundo terço. E os que vivem até o terceiro terço, como são diferentes! Há velhos, que bom! E decrépitos, que horror! A decrepitude se acentua na aposentadoria.

Três fatores básicos determinam o envelhecer, inevitável e bom, diferente da decrepitude, que é evitável, recuperável e muito ruim.

1- O exercício muscular diário, uma caminhada no parque, na praça ou uma hora de esteira na academia;

2- Alimentação de qualidade e quantidade adequadas;

3- Relações consigo mesmo e com pessoas da família, de grupos de lazer ou semelhantes.

Estou com 85 anos e faço comigo o que procuro passar aos pares do Grupo Viva. Temos reuniões semanais, gratuitas, para ajudar a mim mesmo e aos outros a envelhecer; viver o terço final com qualidade, evitando a decrepitude. Os participantes variam de idade entre 30 e 90 anos. Os estragos podem ser evitados ou recuperados. Pessoas com menos de 60 anos buscam evitar o estrago ou recuperá-lo.

A importância dessas reuniões está em mudar o saber em ser. Fumantes são informados sobre os danos do cigarro. Saber não evita que continuem com duas ou três carteiras/dia. O VIVA não proíbe obesidade, fumo, sedentarismo, fast food, abuso de álcool ou velocidade, temas que se repetem nos encontros e muitos estão informados, mas o saber não levou à mudanças. Enganam a si mesmos e aos outros. Obesos afirmam que a balança mente e que comem pouco. A mentira “alivia” a dor e sofre-se com a verdade. Um jornalista, homem no fim do segundo terço e meu amigo, contou-me do remédio que lhe deram, que tornava o remédio detestável. Solução: jogou fora o remédio. Muitos que vêm aos encontros, desistem por não tolerar a dor do diálogo, mesmo carinhoso, como é no VIVA. Os que persistem podem mudar.

Pessoas que pelo trabalho ou limitações físicas, não podem ir às reuniões, são convidados a juntar-se ao Grupo Virtual, usando a internet.

Quer mais? Troquemos e-mails que me servirão, pelo interesse e os temas abordados, a saber quais os pontos a desenvolver nas próximas colunas.



*Marcelo Blaya Perez

Prof. Livre Docente – UFRGS

Fundador e Diretor da Clínica Pinel

Mail: marceloblaya@terra.com.br





UM GRUPO SE REÚNE NA PINEL, em Porto Alegre, todas as terças-feiras, às 15horas - Grátis

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