sábado, 1 de janeiro de 2011

PAPO DE CULTURA - Benedito Franco

Benedito Franco

Vamos desejar à nova Presidente que deixe o Brasil menos aristocrático-eupátrida e menos aristocrático-meteca e torne-o mais democrático na essência da palavra!!




013 – Colegas de infância



Quando cheguei ao Rio, muito ajudado por meus primos, o Zé Morais e seu irmão, o Wianey, trabalhei no Departamento do Pessoal das Lojas Brasileiras, no centro da cidade - primeiro emprego.

Trabalhávamos na mesma sala, o Belmiro, chefe, o Sebastião de Carvalho e eu - por pouco tempo, mas fiz uma grande amizade com o Tião. A amizade perdura até hoje.

Saindo das Lojas, entrei para uma fábrica, a Pneus General, em Queimados, RJ. Um mês depois, visitei o Tião e o Belmiro. Encontrei em meu lugar o José de Vasconcelos. Explicou-me este, ser advogado e viera de Manaus para tentar a vida no Rio. Morava em Nova Iguaçu, com mulher e três filhos. Salário pequeno, pouco mais que o salário mínimo, afinal de contas, auxiliar de escritório, apesar do diploma. José de Vasconcelos pagava a passagem Nova Iguaçu - Rio, ida e volta, o aluguel e mais as despesas com a Família. O salário mínimo, na época, valeria hoje mais ou menos R$ 2.150,00.

Prometi arranjar-lhe uma vaga na Pneus General, ganhando um pouco mais e, além disso, economizando as passagens - o ônibus da firma passava em frente à sua casa. Para ele, na ocasião, um grande negocio e benefício.

O José de Vasconcelos (fazia questão desse "de", para diferenciá-lo do José Vasconcelos artista) trabalhando juntos, arranjei um bom amigo.

JK, iniciando Brasília, levava todo mundo e o José de Vasconcelos, passando em um concurso dos Correios, acabou indo e nunca mais o vi. O Zé Morais também foi na leva...

Levei também o Tião para Pneus General. Hoje, advogados ele e a esposa Néia ( Zophezanéia é o seu nome! ) são fazendeiros em Estrela D'Alva, sul de Minas, onde passo, sempre que posso, alguns dias a cada ano.



José Franco de Morais, mineiro de Antonio Dias, é o primeiro sobrinho de papai. Casou-se com a Hilda, amazonense do interior, formando um dos casais mais completos e simpáticos que conheço. O Morais trabalhou nos Correios no Rio e em Brasília, mas transferiu-se para o Itamaraty. Morou em Roma - onde foi vice-cônsul do Brasil -, no Equador e no Uruguai.



A Fernanda, minha segunda filha, aos catorze anos, reclamava que ainda não havia andado de avião. Para satisfazê-la, fomos visitar o Morais em Brasília e lá lembrei-me de procurar o José de Vasconcelos. Achei o endereço na lista telefônica - o Morais levou-me até sua casa, deixando-me e voltando - residia em uma quadra, talvez a única que tinha casas na Asa Sul de Brasília.

Em Brasília pude constatar que lá o homem é composto de cabeça, tronco, membros e quatro rodas. A secura do ar e as cigarras tornam a cidade um inferno!

Terminado o papo, o José de Vasconcelos, após mostrar-me alguns locais de Brasília, conduziu-me de volta. Chegando, convidei-o a ir até ao apartamento do Morais e Hilda, pois assim conheceria mais uma conterrânea.

E qual não foi a surpresa quando, Hilda e José de Vasconcelos, papo vai papo vem, os dois reconheceram-se como antigos colegas de grupo, em Lábria, no interiorzão do Amazonas...

Foram colegas de infância!



Feliz e próspero Ano Novo!!!!



Benedito Franco

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