segunda-feira, 13 de setembro de 2010

DIRETO DO RIO DE JANEIRO - Nelson Tangerini

Nelson Tangerini











BENEDITO LACERDA


Autor: SANDRO PEREIRA REBEL,



fluminense de Campos dos Goitacazes



e residente em Niterói.



É da Academia Fluminense de Letras. 





Para minha louvação



a Benedito Lacerda,



quero ter a inspiração



sempre ágil, nada lerda.





Só assim, muito inspirado,



talvez consiga aqui por



o versejar caprichado



de que ele é merecedor.





E o merece não somente



como um flautista invulgar,



mas também como excelente



compositor popular.





Ademais, foi quem fundou



um Conjunto Regional



que grande fama ganhou



por ser mesmo especial.





Com o genial Pixinguinha



formou uma parceria



da mais apurada linha,



de alto brilho e igual valia.





E esse brilho não empana,



nem afeta esse valor,



quando é de Gastão Viana



que passa a ser coautor.





Qual se deu com Mário Lago,



com Cristovão de Alencar,



com Oswaldo Santiago,



e com o Jorge Faraj.





Como com Jacy Pereira,



Ary. Milton Amaral,



Frazão, Darcy de Oliveira,



Herivelto e Aldo Cabral.





Com esses e outros mais



é sempre a mesma a verdade:



fez trabalhos magistrais,



da mais fina qualidade.









Com Pixinguinha, no entanto,



foi que melhor se afinou;



de um sempre veio um canto



que o do outro completou.





Dos dois, por exemplo, são



Um a zero, Displicente,



Naquele tempo, Pagão,



É de amargar e Atraente.





Mais sucesso ainda lhe veio



quando compôs Jardineira



e, além de Pombo-correio,



Despedida de Mangueira.





E também com Normalista,



que há seis decênios lançou,



sucesso igual esse artista



com justiça conquistou.





E se quero mais algum,



não é difícil lembrar:



recorro a Número um,



um serestão exemplar.





Sua fonte criadora



demonstra, e em profusão,



com Boneca e Professora,



dois encantos de canção.





Gravação de Chico Viola,



A Lapa, num carnaval,



como, num outro, Espanhola,



teve aceite triunfal.





Talvez não tão conhecidos,



até por isso convém,



que aqui sejam referidos



mais cantos dele também.





Vale, pois, que eu cite já,



Marilene, Catumbi,



Orfandade, Dinorá,



Nunca e Verão no Havaí.





E também Nega pelada,



Você vai ver como eu faço,



Nua, Isis, Madrugada,



Soluços e Acerta o passo.









E Brinquei com São João,



Consulte o teu travesseiro,



Foi bom, Ela tem razão,



Pretensioso e Seresteiro.





E Cruel separação,



Cachopa, Vivo chorando,



Isaura, Querido Adão



e A cobra está fumando.





Mais A rainha do mar,



Teu amor eu desprezei,



Palhaço, Não devo amar,



Gorgulho e Como eu chorei.





E Alguém me ama, Não quero,



Vai surgindo a Avenida,



Chora meu bem, Lero-lero,



Vagando e Tua partida.





E Coitado do Edgar,



Minueto, No meu colchão,



Pra fazer você chorar



e O diabo disse não.





E Que bonito papel,



O carnaval que passou.



Brasil, Sucursal do céu,



Paz e A saudade ficou,





E Prometeu me ajudar,



É quase a felicidade,



Quando a saudade chegar,



Tormento e Adeus mocidade.





E Doidinho, Tricolor,



Você perdeu, Não faz mal,



Ultima carta de amor



e Noite de carnaval.





E O relógio da Central,



A nega sumiu, Olinda,



Mirtes, Vou vender jornal



e A voz do dever ainda.





Dança do funiculi



é outro trabalho seu



que há de ser citado aqui,



como Ingênuo e Ele e eu.









Recordações de um passado,



tal qual Ninguém ensaiou,



também deve ser lembrado



bem como E o vento levou.





Igualmente citação



nesta lista hão de ter



Lela, Brinca coração,



Cheguei e Só pra moer.





E é justo, antes que a termine,



que Dona felicidade,



composta com Tangerini,



eu cite, a bem da verdade.





Pelo exposto já se vê



que esse nosso Benedito



foi, sim, pra MPB,



um personagem bendito.





Bendito porque teceu



um punhado de canções,



que compôs ou às quais deu



belas interpretações.





Daí que a sua passagem



no musical do país



bem merece a homenagem



destes versos que lhe fiz.









As palavras grafadas em itálico reproduzem literalmente, ou sugerem, os títulos de 92 (noventa e duas) composições de Benedito Lacerda

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