Nelson Tangerini
O CAFÉ PARIS
[Niterói, RJ, Anos 1920]
Crônicas de
Itinerário do Café Paris
Os Tangerini vieram de Tanger?
Ao prezado Nelson Tangerini
A memória de Nestor Tangerini
Luiz de Gonzaga e a Roda do Café Paris
Lili Leitão, Tangerini e René Medeiros
Quando ela passa
A casa do Sr. Elias
Cinema...
Prendam o poeta
O Vaso Grego e o Paralelepípedo
Um plágio
A sincera amizade entre Luiz Leitão e Nestor Tangerini
O cuco e o plágio
A poesia satírica de Lili Leitão
Niterói e fragmentos do Café Paris
Errar é humano
Mazzini Rubano
Luiz Leitão, poeta da água escondida
Agradecimentos especiais à profa. Cristina de Andrade, minha leitora, incentivadora e namorada.
“O Café Paris é a embaixada dos poetas residentes em Niterói”
Nestor Tangerini
OS TANGERINI VIERAM DE TÂNGER?
Vindo de Bolonha, Itália, Vittorio, filho de Vicenzo Tangerini e Antonia Luminasi, foi o primeiro Tangerini a chegar ao Brasil, no século XIX.
Descendente da milionária família Luminasi, o jovem italiano resolve torrar toda a sua grana no norte da África e no Brasil, onde comprou terras e onde perdeu tudo, uma vez que era viciado em corrida de cavalo.
No Rio Grande do Sul, casa-se com Domingas Tambourindeguy, gaúcha de Bagé, filha de Jean Tambourindeguy e Catherine Danielle Arretxe, bascos do lado francês, com quem teve 3 filhos: Nestor Tambourindeguy Tangerini, natural de Piracicaba, SP, Gilda Tambourindeguy Tangerini, natural de Sacramento, MG, e que veio a falecer aos 9 meses, e Elsa Henny Tambourindeguy Tangerini d´Arcanchy, natural de Manaus, AM.
Mas qual a origem dos Tangerini? Teriam vindo de Tânger, Marrocos? Ou ganharam esse apelido [os Tangerinos], por terem negócios no norte da África?
Aquele que nasce em Tanger é tangerino [homem] ou tangerina [mulher]. Tangerini, com o “i” do plural italiano significa “os tangerinos”.
Mas falemos do professor bolonhês Vittorio Tangerini:
No dia 13 de outubro de 1930, Vittorio Tangerini conversava animadamente com os filhos, sobre o concurso de misses daquele ano, quando sentiu-se mal. Pediu licença e foi até a cozinha para beber água. Fulminado por um infarto, caiu no corredor, entre a copa e a cozinha.
Segundo Nancy, na noite anterior, ele não contara estórias para ela e Neusa – como era seu costume. Pediu-lhes desculpas. Disse que não estava se sentindo muito bem e precisava dormir. E recolheu-se.
O jornal carioca A ORDEM assim noticiou, em 16 de agosto de 1930, num Sábado, o seu falecimento:
“VICTORIO TANGERINI
Aos 70 anos de idade, faleceu ontem, em sua residência, à rua Redentor, 271 (Ipanema), o professor Victorio Tangerini, antigo lente da Academia de Belas Artes do Estado do Amazonas, da qual foi um dos fundadores, no governo do atual senador Silvério Nery.
Originário de distinta família de Bolonha, seu berço, era filho de Vicenzo Tangerini, grande industrial e primo do falecido jesuíta Soriani, que educou, no Estado de São Paulo, várias gerações, e do Dr. Olindo Malagodi, o conhecido escritor italiano que, assiduamente, aparece pelas colunas de La Nación, de Buenos Aires.
Curiosa particularidade de seu espírito, a inquietação levou-o, após percorrer a Ásia, a África e a América, a habitar todos os 21 Estados do Brasil, país a que dedicou a maior afeição, radicando-se, finalmente, nesta capital, onde deixa viúva D. Domingas Tambourindeguy Tangerini, com quem contraiu núpcias no Estado do Rio Grande do Sul, e os seguintes filhos: D. Elsa d´Arcanchy, amazonense, casada com o Tenente Camillo d´Arcanchy Filho, e Nestor Tangerini, paulista, nosso colega de imprensa, da Sociedade de Autores Teatrais.
O sepultamento realizou-se no cemitério de S. João Batista”. (*)
A revista OQA, do Rio de Janeiro, em 21/8/1930, também noticia a morte de Vittorio:
“OS QUE FALECERAM
Faleceu no dia 14 do corrente, aos 70 anos de idade, em sua residência, à rua Redentor, 71 (Ipanema), o professor Vittorio Tangerini, ex-lente da Academia de Belas Artes do Estado do Amazonas, da qual foi um dos fundadores no governo do Dr. Silvério Nery.
O extinto era primo do falecido do Jesuíta Soriani, que educou, em S. Paulo, toda uma mocidade, e do Dr. Olindo Malagodi, escritor italiano e redator especial do diário argentino La Nación.
Deixa viúva, D. Domingas Tambourindeguy Tangerini e dois filhos Elsa d´Arcanchy, esposa do tenente d´Arcanchy Filho, da Marinha, e Nestor Tangerini, nosso colega”.
Em homenagem ao pai, Nestor Tangerini escreve a belíssima trova:
“Cheio de amor e de fé
foi meu pai a minha luz,
e só não é S. José
por não ser pai de Jesus”.
[*] Republicado nos livros DONA FELICIDADE, de Nestor Tambourindeguy Tangerini, Achiamé Edições, Rio de Janeiro, RJ, 1997, e PERFIL QUASE PERDIDO – UMA BIOGRAFIA PARA NESTOR TANGERINI, de Nelson Marzullo Tangerini, 2000.
--------------------------------------
LUIZ DE GONZAGA E A RODA DO PARIS
A “Roda do Café Paris” é, sem sombra de dúvida, o maior movimento literário de toda a história de Niterói. Merecia melhor tratamento por parte dos intelectuais ligados à cultura desta cidade.
Nem toda produção daquela rapaziada está perdida. Muita coisa ainda circula na mão de colecionadores – entre eles, Mônaco e eu. Este material devia ser resgatado, ir para uma entidade séria, talvez a UFF, e tornar-se livro. Levar está história de Niterói para as escolas e universidades e montar uma exposição sobre o Café Paris se faz necessário.
Entre os poetas da “Roda” não havia competição. Havia, sim, uma fraternal democracia entre eles. Apesar de fazerem sátiras, uns dos outros, como veremos em futuras crônicas, todos se respeitavam e admiravam o talento dos amigos.
Há anos venho tentando, através da imprensa fluminense, publicar uma poesia inédita de Luiz de Gonzaga dedicada a meu pai.
O referido texto, manuscrito, influenciado pela escola simbolista, provavelmente foi produzido numa mesa do Café Paris:
Vejamos:
“A UM SONHADOR
a Nestor Tangerini
E ao fim de tanta luta acerba e vã,
olhas a longa senda percorrida:
longe! os rosais dolentes da manhã
e os evangelhos míticos da vida...
A poeira enluta as curvas dos caminhos,
onde vinhas, contente da viagem,
vendo as moitas curvadas à passagem
e repletas as árvores de ninhos.
Tinhas os olhos cheios desse sonho:
uma alma terna, amante e delicada,
que despontasse como um sol risonho
em uma volta súbita da estrada.
Vinhas colhendo as flores mais formosas
e amando as mais esplêndidas mulheres:
todas tiveste – lindas como as rosas
e desfolhadas como os malmequeres:
Mal sentes hoje o coração inquieto,
ralado pelos longos azedumes,
- cheias as mãos de flores sem perfumes,
- farta a carne de corpos sem afeto.
Longe! os rosais dolentes da manhã
e os evangelhos míticos da vida!
distante! a longa senda percorrida,
onde arrastaste a tua fé pagã...
E enquanto cais, exausto pelas dores,
voltas o olhar e s, pelos caminhos,
as velhas ramas dando novas flores
e as mesmas moitas cheias de outros ninhos...
Luiz de Gonzaga
Niterói, 4/24.”
Em croniqueta publicada, talvez, no jornal O Prélio, no dia 13 de abril de 1926, João da Ponte [pseudônimo de Nestor Tangerini] retrata, com refinado humor, uma momento de descontração entre os rapazes do Café Paris, quando estes comentavam sobre a passagem de um prestidigitador pela antiga capital fluminense.
O cronista retribui a poesia do amigo, fazendo o poeta Luiz de Gonzaga, o destaque da crônica:
“Quando aqui apareceu o célebre e inesquecível professor Aronaick; porque se não cansassem os jornais de o seu aparecimento comentar divulgando-o como sendo uma das maravilhas do Século XX, não houve, em toda Niterói, gato, cachorro, criança, homem e mulher que assistir não fosse aos belíssimos trabalhos desse moço, por meio de cujo assombroso dom havia já conquistado o título de última palavra em prestidigitação.
Não há, nem pode haver, quem disto não se lembre.
Foi referindo-se ao hábil e incomparável professor que, ontem, numa roda, alguém, entusiasmado exclamou.
- Aquele homem era um verdadeiro assombro! Vi-o transformar, instantaneamente, uma prata de 2 mil réis em uma rosa!
- Isso não é vantagem!.... respondeu o poeta Luiz de Gonzaga.
- Minha mulher, em menos de um segundo, transforma, brincando, uma nota de cem mil réis em um chapéu”.
A referida crônica, recortada por minha avó, Domingas Tambourindeguy Tangerini, chegou até mim com data de publicação, mas sem o nome do jornal. Ainda assim, é um retrato da Niterói dos anos 1920.
Nelson Tangerini
Itinerário do Café Paris
Os Tangerini vieram de Tanger?
Ao prezado Nelson Tangerini
A memória de Nestor Tangerini
Luiz de Gonzaga e a Roda do Café Paris
Lili Leitão, Tangerini e René Medeiros
Quando ela passa
A casa do Sr. Elias
Cinema...
Prendam o poeta
O Vaso Grego e o Paralelepípedo
Um plágio
A sincera amizade entre Luiz Leitão e Nestor Tangerini
O cuco e o plágio
A poesia satírica de Lili Leitão
Niterói e fragmentos do Café Paris
Errar é humano
Mazzini Rubano
Luiz Leitão, poeta da água escondida
Agradeço de coração a Luís Antônio Pimentel, Carlos Silvestre Mônaco, Wanderlino Teixeira Leite Netto, Luis Augusto erthal, Alberto Valle e Roberto S. Kahlmeyer-Mertens pelo apoio e pelas manifestações de apreço.
Agradecimentos especiais à profa. Cristina de Andrade, minha leitora, incentivadora e namorada.
“O Café Paris é a embaixada dos poetas residentes em Niterói”
Nestor Tangerini
A todos os poetas do Café Paris, in memoriam.
OS TANGERINI VIERAM DE TÂNGER?
Vindo de Bolonha, Itália, Vittorio, filho de Vicenzo Tangerini e Antonia Luminasi, foi o primeiro Tangerini a chegar ao Brasil, no século XIX.
Descendente da milionária família Luminasi, o jovem italiano resolve torrar toda a sua grana no norte da África e no Brasil, onde comprou terras e onde perdeu tudo, uma vez que era viciado em corrida de cavalo.
No Rio Grande do Sul, casa-se com Domingas Tambourindeguy, gaúcha de Bagé, filha de Jean Tambourindeguy e Catherine Danielle Arretxe, bascos do lado francês, com quem teve 3 filhos: Nestor Tambourindeguy Tangerini, natural de Piracicaba, SP, Gilda Tambourindeguy Tangerini, natural de Sacramento, MG, e que veio a falecer aos 9 meses, e Elsa Henny Tambourindeguy Tangerini d´Arcanchy, natural de Manaus, AM.
Mas qual a origem dos Tangerini? Teriam vindo de Tânger, Marrocos? Ou ganharam esse apelido [os Tangerinos], por terem negócios no norte da África?
Aquele que nasce em Tanger é tangerino [homem] ou tangerina [mulher]. Tangerini, com o “i” do plural italiano significa “os tangerinos”.
Mas falemos do professor bolonhês Vittorio Tangerini:
No dia 13 de outubro de 1930, Vittorio Tangerini conversava animadamente com os filhos, sobre o concurso de misses daquele ano, quando sentiu-se mal. Pediu licença e foi até a cozinha para beber água. Fulminado por um infarto, caiu no corredor, entre a copa e a cozinha.
Segundo Nancy, na noite anterior, ele não contara estórias para ela e Neusa – como era seu costume. Pediu-lhes desculpas. Disse que não estava se sentindo muito bem e precisava dormir. E recolheu-se.
O jornal carioca A ORDEM assim noticiou, em 16 de agosto de 1930, num Sábado, o seu falecimento:
“VICTORIO TANGERINI
Aos 70 anos de idade, faleceu ontem, em sua residência, à rua Redentor, 271 (Ipanema), o professor Victorio Tangerini, antigo lente da Academia de Belas Artes do Estado do Amazonas, da qual foi um dos fundadores, no governo do atual senador Silvério Nery.
Originário de distinta família de Bolonha, seu berço, era filho de Vicenzo Tangerini, grande industrial e primo do falecido jesuíta Soriani, que educou, no Estado de São Paulo, várias gerações, e do Dr. Olindo Malagodi, o conhecido escritor italiano que, assiduamente, aparece pelas colunas de La Nación, de Buenos Aires.
Curiosa particularidade de seu espírito, a inquietação levou-o, após percorrer a Ásia, a África e a América, a habitar todos os 21 Estados do Brasil, país a que dedicou a maior afeição, radicando-se, finalmente, nesta capital, onde deixa viúva D. Domingas Tambourindeguy Tangerini, com quem contraiu núpcias no Estado do Rio Grande do Sul, e os seguintes filhos: D. Elsa d´Arcanchy, amazonense, casada com o Tenente Camillo d´Arcanchy Filho, e Nestor Tangerini, paulista, nosso colega de imprensa, da Sociedade de Autores Teatrais.
O sepultamento realizou-se no cemitério de S. João Batista”. (*)
A revista OQA, do Rio de Janeiro, em 21/8/1930, também noticia a morte de Vittorio:
“OS QUE FALECERAM
Faleceu no dia 14 do corrente, aos 70 anos de idade, em sua residência, à rua Redentor, 71 (Ipanema), o professor Vittorio Tangerini, ex-lente da Academia de Belas Artes do Estado do Amazonas, da qual foi um dos fundadores no governo do Dr. Silvério Nery.
O extinto era primo do falecido do Jesuíta Soriani, que educou, em S. Paulo, toda uma mocidade, e do Dr. Olindo Malagodi, escritor italiano e redator especial do diário argentino La Nación.
Deixa viúva, D. Domingas Tambourindeguy Tangerini e dois filhos Elsa d´Arcanchy, esposa do tenente d´Arcanchy Filho, da Marinha, e Nestor Tangerini, nosso colega”.
Em homenagem ao pai, Nestor Tangerini escreve a belíssima trova:
“Cheio de amor e de fé
foi meu pai a minha luz,
e só não é S. José
por não ser pai de Jesus”.
[*] Republicado nos livros DONA FELICIDADE, de Nestor Tambourindeguy Tangerini, Achiamé Edições, Rio de Janeiro, RJ, 1997, e PERFIL QUASE PERDIDO – UMA BIOGRAFIA PARA NESTOR TANGERINI, de Nelson Marzullo Tangerini, 2000.
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LUIZ DE GONZAGA E A RODA DO PARIS
A “Roda do Café Paris” é, sem sombra de dúvida, o maior movimento literário de toda a história de Niterói. Merecia melhor tratamento por parte dos intelectuais ligados à cultura desta cidade.
Nem toda produção daquela rapaziada está perdida. Muita coisa ainda circula na mão de colecionadores – entre eles, Mônaco e eu. Este material devia ser resgatado, ir para uma entidade séria, talvez a UFF, e tornar-se livro. Levar está história de Niterói para as escolas e universidades e montar uma exposição sobre o Café Paris se faz necessário.
Entre os poetas da “Roda” não havia competição. Havia, sim, uma fraternal democracia entre eles. Apesar de fazerem sátiras, uns dos outros, como veremos em futuras crônicas, todos se respeitavam e admiravam o talento dos amigos.
Há anos venho tentando, através da imprensa fluminense, publicar uma poesia inédita de Luiz de Gonzaga dedicada a meu pai.
O referido texto, manuscrito, influenciado pela escola simbolista, provavelmente foi produzido numa mesa do Café Paris:
Vejamos:
“A UM SONHADOR
a Nestor Tangerini
E ao fim de tanta luta acerba e vã,
olhas a longa senda percorrida:
longe! os rosais dolentes da manhã
e os evangelhos míticos da vida...
A poeira enluta as curvas dos caminhos,
onde vinhas, contente da viagem,
vendo as moitas curvadas à passagem
e repletas as árvores de ninhos.
Tinhas os olhos cheios desse sonho:
uma alma terna, amante e delicada,
que despontasse como um sol risonho
em uma volta súbita da estrada.
Vinhas colhendo as flores mais formosas
e amando as mais esplêndidas mulheres:
todas tiveste – lindas como as rosas
e desfolhadas como os malmequeres:
Mal sentes hoje o coração inquieto,
ralado pelos longos azedumes,
- cheias as mãos de flores sem perfumes,
- farta a carne de corpos sem afeto.
Longe! os rosais dolentes da manhã
e os evangelhos míticos da vida!
distante! a longa senda percorrida,
onde arrastaste a tua fé pagã...
E enquanto cais, exausto pelas dores,
voltas o olhar e s, pelos caminhos,
as velhas ramas dando novas flores
e as mesmas moitas cheias de outros ninhos...
Luiz de Gonzaga
Niterói, 4/24.”
Em croniqueta publicada, talvez, no jornal O Prélio, no dia 13 de abril de 1926, João da Ponte [pseudônimo de Nestor Tangerini] retrata, com refinado humor, uma momento de descontração entre os rapazes do Café Paris, quando estes comentavam sobre a passagem de um prestidigitador pela antiga capital fluminense.
O cronista retribui a poesia do amigo, fazendo o poeta Luiz de Gonzaga, o destaque da crônica:
“Quando aqui apareceu o célebre e inesquecível professor Aronaick; porque se não cansassem os jornais de o seu aparecimento comentar divulgando-o como sendo uma das maravilhas do Século XX, não houve, em toda Niterói, gato, cachorro, criança, homem e mulher que assistir não fosse aos belíssimos trabalhos desse moço, por meio de cujo assombroso dom havia já conquistado o título de última palavra em prestidigitação.
Não há, nem pode haver, quem disto não se lembre.
Foi referindo-se ao hábil e incomparável professor que, ontem, numa roda, alguém, entusiasmado exclamou.
- Aquele homem era um verdadeiro assombro! Vi-o transformar, instantaneamente, uma prata de 2 mil réis em uma rosa!
- Isso não é vantagem!.... respondeu o poeta Luiz de Gonzaga.
- Minha mulher, em menos de um segundo, transforma, brincando, uma nota de cem mil réis em um chapéu”.
A referida crônica, recortada por minha avó, Domingas Tambourindeguy Tangerini, chegou até mim com data de publicação, mas sem o nome do jornal. Ainda assim, é um retrato da Niterói dos anos 1920.
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