VEREADORES BUSCAM SOLUÇÃO PARA IMPASSE NO PAGAMENTO DE TERCEIRIZADOS
Funcionárias relatam diversos problemas
Antonio Lucas (PDT), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania
e Defesa do Consumidor, busca uma solução para o atraso no pagamento de
funcionários da Silvestre Administração e Serviços Ltda., responsável
pelos serviços gerais, fornecimento de material de limpeza e contratação
de algumas merendeiras que prestão serviço ao Município. Ele solicitou a
presença de representantes da empresa e da prefeitura, para prestar
esclarecimentos sobre a situação.
Segundo o vereador, há ainda outros problemas além do atraso: a falta de
contracheques, o não-pagamento de vale-alimentação e de vale-transporte e
a demora na devolução de documentos. "Até hoje algumas pessoas não sabem
quanto ganham. Já houve uma reunião na prefeitura, para tentar esclarecer,
mas foi malconduzida. Por isso, fizemos esse convite."
O secretário da Fazenda, Luiz Fernando Jochins, participou da sessão,
assim como funcionárias. Nenhum representante da empresa, contudo, esteve
presente.
Problemas ouvidos pelos vereadores
Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) frisou que, se a empresa cobra os valores
referentes a vale-transporte e vale-alimentação e não faz o pagamento,
está cometendo um crime. Ricardo Ritter – Ica (PDT) disse que também
visitou uma escola de educação infantil e ouviu reclamações semelhantes.
"Lá, uma senhora não consegue receber em dia, e a empresa alegou que tem
dificuldade em realizar o depósito. Ela sustenta dois filhos e chega a
ficar 20 dias esperando seu salário. Me disseram também que é descontado o
valor referente ao vale-transporte, mas ninguém recebe. Outra funcionária
alegou que sua carteira de trabalho ainda não foi devolvida. E se elas
pararem de trabalhar, as escolas não terão como funcionar."
O líder do governo, Gilberto Koch (PT), relatou alguns fatos.
"Funcionárias têm que ir a pé trabalhar, e não têm o vale-refeição, que é
descontado no contracheque. Em uma reunião com secretários, a empresa se
comprometeu a colocar tudo em dia. A ata é de 11 de maio deste ano.
Lamentamos que o diretor da empresa não esteja aqui, como foi pedido pela
Casa."
Ito Luciano (PMDB) apontou que, mesmo sem a presença do diretor da
Silvestre, o debate na Casa é útil e necessário. "Nossas dúvidas serão
esclarecidas com o secretário." O presidente da Casa, Jesus Maciel (PTB),
também disse acreditar que o Legislativo pode ajudar.
Relato
Maria Nadir Gomes Barcelos disse que algumas colegas não foram à Câmara
por medo de ter o dia descontado ou até de perder o emprego. "Falo também
em nome delas. Quero sair daqui como uma resposta. Não é justo
trabalharmos o mês inteiro e depois não receber. Muitas dependem desse
dinheiro para sustentar os filhos. Com muita pressão, dia 11 deste mês nós
recebemos. E também em abril e maio me descontaram vale-alimentação, mas
recebi apenas uma vez", afirmou. Maria falou ainda que, ao cobrar da
empresa, ouviu que a causa do problema é a falta de depósitos da
prefeitura.
O lado da prefeitura
Jochins afirmou que a prefeitura está em dia com a Silvestre. "A empresa
começou os trabalhos em fevereiro. Volta e meia apresenta uma nota. A
prefeitura tem então 30 dias para pagar. Além disso, a empresa demorou
para apresentar o seguro garantia", frisou o secretário. Ele sustentou que
problemas na documentação de funcionários também causam atrasos
específicos.
"É preciso denunciar casos como falta de vale-transporte. Nós não temos
como saber. Tem um canal aberto com todas as diretoras de escola para que
as merendeiras denunciem. Precisamos de nomes, ou não conseguimos atuar",
apontou o secretário. Ele disse acreditar que, no próximo mês, o problema
não se repetirá.
Mais questionamentos e sugestões
Jesus perguntou se o seguro não deveria ter sido apresentado antes. "Soube
que uma empresa menor foi tirada da licitação por não conseguir comprovar
as merendeiras. Mas isso é mais grave." Volnei Campagnoni (PCdoB) lembrou
que outros problemas com empresas terceirizadas já foram constatados. Ele
sugeriu que a Comur realizasse a contratação dos funcionários. "Existe lei
que possibilita a contratação dessa forma, e os trabalhadores teriam seus
direitos garantidos."
Matias Martins (PT) concordou com Campagnoni. "Uma empresa que não
conseguiu apresentar o seguro em dia não deveria ter o contrato. Eu quero
reiterar outra sugestão: por que não cancelamos definitivamente o contrato
com a Silvestre? Isso seria educativo para as outras empresas que prestam
serviços para o Município. Respeito o encaminhamento que a prefeitura está
dando, mas gostaria que o secretário levasse essas alternativas ao
prefeito."
Lucas discordou da orientação de que as reclamações sejam feitas às
diretoras. "Elas já sabem do problema." Ele e Ica também questionaram
sobre os produtos de limpeza que a empresa deveria fornecer.
"Acho que o secretário Jochins é a pessoa errada. Deveria ter vindo aqui o
responsável pela licitação e representantes da Secretaria da Educação",
apontou o vice-presidente da Casa, Sergio Hanich (PMDB). "Não consigo
entender como uma empresa que participa de uma licitação não apresenta a
garantia. E por que só ela não precisou apresentar isso?", perguntou. "E
vamos ver se terão represálias contra os funcionários. Nós vamos ajudar a
defendê-los. Somos fiscais. Temos que tomar uma atitude."
Rosane de Oliveira (PSBD) disse haver duas situações – a contratual, entre
a prefeitura e a empresa, e a trabalhista, entre a empresa e os
funcionários. "Os funcionários não podem passar o dia 5 sem receber. É um
direito do trabalhador. Se isso não está sendo feito, a empresa deve
responder na Justiça do Trabalho. A empresa não pode dizer que não tem
dinheiro porque a prefeitura não repassa. É sua obrigação."
Ito também sugeriu que, na próxima licitação, a empresa tenha que provar
que terá um capital de giro para pagar os funcionários, já que a
prefeitura deposita os valores um mês depois. Carlinhos disse acreditar
que quem se equivocou foi a prefeitura. "Quando eu tinha empresa, tinha
que dar a segurança de que eu teria como pagar os funcionários."
O líder do governo, Gilberto Koch (PT), apontou que a grande responsável
pelos transtornos é a Silvestre. "É preciso fazer denúncia no Ministério
do Trabalho". O presidente da Casa concordou com o petista. "Falta
fiscalização sobre a qualidade do serviço." Lucas disse que, se até o dia
5 os funcionários não receberem, os vereadores também farão a denúncia.
Mais respostas
O secretário lembrou que o seguro já foi depositado, e que hoje a
documentação está em dia. E quem faz o ponto são as diretoras, por isso é
mais fácil reclamar com elas. "Se não, terei que pegar um carro e
fiscalizar de escola em escola. Mas há uma tendência da diminuição desses
problemas. Não vou defender a empresa, acho que é só uma dificuldade
inicial. A empresa é acessível, mostra boa vontade, é diferente da
anterior." Por fim, ele disse que "a prefeitura é responsável, sabe o que
está fazendo".
*
- Alunos correm o risco de ficar sem certificado
Estudantes falam em tribuna sobre problemas em escola
A convite do vice-presidente da Casa, Sergio Hanich (PMDB), os jovens
Diogo Lucas Ferreira Hanz e Jean Pierre Krindges Lautenschleger relataram
problemas enfrentados pelos alunos do Colégio Objetivo. Segundo eles, a
escola está funcionando de forma irregular – por isso, os estudantes não
poderiam receber seus certificados de conclusão de curso.
Os estudantes relataram que perderam tempo e o dinheiro das mensalidades.
Segundo eles, a escola garantiu que tudo estaria resolvido em breve.
Contudo, buscaram o auxílio do Procon e do Ministério Público. Os órgãos
teriam apontado a necessidade do fechamento da instituição. Além disso,
nenhuma escola teria aceitado a transferência.
Providências
O presidente da Casa, Jesus Maciel (PTB), disse que é preciso tomar
providências. "Fatos como esses não são aceitáveis em Novo Hamburgo. Nós,
vereadores, precisamos estar atentos", disse. Ele frisou ainda que é
preciso chamar responsável para prestar esclarescimentos na Casa.
Luiz Carlos Schenlrte (PMDB), presidente da Comissão de Educação, garantiu
que o Legislativo irá acompanhar o caso de perto. Ricardo Ritter – Ica
(PDT) sugeriu que os estudantes informem todos os seus colegas sobre a
situação da escola. Rosane de Oliveira (PSDB) disse que é preciso saber
exatamente o que corre na Justiça, se há ou não um processo. Serjão
perguntou quem deveria fiscalizar esse tipo de instituição. Carmen Ries
(PT) alertou novamente que, sem a regularização, os estudantes não terão o
certificado de conclusão.
*
- Escola Paz receberá verbas do Fundeb em 2010
Repasse foi autorizado pela Câmara nesta quinta-feira
A Câmara autorizou o repasse de verbas do Fundeb para a Associação
Beneficente Evangélica da Floresta Imperial, entidade sem fins lucrativos
mantenedora da Escola de Educação Infantil da Paz. O Projeto de Lei
45/2010, de autoria do Executivo, foi aprovado em segundo turno, por
unanimidade, na sessão desta quinta-feira, 27.
A instituição atende cerca de 150 crianças de 4 meses a 4 anos em situação
de vulnerabilidade social no bairro Santo Afonso. O repasse abrange todo o
ano de 2010. O valor mensal para creche integral será de R$ 183,81 por
criança, e para pré-escola integral, de R$ 208,87 por criança. A escola
fica proibida de cobrar qualquer importância das famílias dos estudantes.
O que é o Fundeb
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) do governo federal
atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio. Substituto do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1997 a 2006, o Fundeb
está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.
A estratégia é distribuir os recursos pelo País, levando em consideração o
desenvolvimento social e econômico das regiões — a complementação do
dinheiro aplicado pela União é direcionada às regiões nas quais o
investimento por aluno seja inferior ao valor mínimo fixado para cada ano.
Ou seja, o Fundeb tem como principal objetivo promover a redistribuição
dos recursos vinculados à educação. A destinação dos investimentos é feita
de acordo com o número de alunos da educação básica, com base em dados do
censo escolar do ano anterior.
*
- Proibido uso das pulseiras do sexo
Projeto é de autoria do presidente da Casa, Jesus Maciel
O Projeto de Lei 37/2010, de autoria do presidente da Casa, Jesus Maciel
(PTB), que proíbe o uso das pulseirinhas coloridas conhecidas como
"pulseiras do sexo" nas instituições de ensino públicas e privadas, foi
aprovado por unanimidade, em segundo turno, na sessão desta quinta-feira,
27. A proposta também estabelece que os professores terão que realizar
reuniões com os pais ou responsáveis pelos alunos para esclarecer a medida
– e orientá-los sobre o uso desses acessórios.
O que são
As "pulseiras do sexo" são confeccionadas em material plástico ou de
silicone. Cada cor representa uma ação, indo de beijos até atos mais
íntimos. Puxar um desses acessórios do pulso de quem o está usando
significa que se quer praticar com ele ou ela o ato indicado pela cor.
Mérito
Ricardo Ritter – Ica (PDT) lamentou que, devido às limitações do
Legislativo, não é possível estabelecer fiscalização nem punição. "Mas se
alguém se passar com outra pessoa por causa das pulseirinhas, há o Código
Penal. Por outro lado, a iniciativa tem o mérito de suscitar o debate. Por
isso, voto favoravelmente", disse.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
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