sábado, 27 de março de 2010

DIRETO DO RIO DE JANEIRO - Nelson Tangerini

Nelson Tangerini



Imprensa: Lançamento do livro "Rede da Democracia: O Globo, O Jornal e o Jornal do Brasil na queda do governo Goulart (1961-64)"

As editoras Nitpress e EdUFF convidam para o lançamento do livro Rede da Democracia: O Globo, O Jornal e o Jornal do Brasil na queda do governo Goulart (1961-64), do professor Aloysio Castelo de Carvalho, dia 31 de março, às 18 horas, na Livraria da Travessa, da Travessa do Ouvidor, nº 17, Centro, Rio de Janeiro, quando haverá um debate com as participações do autor, do presidente da ABI, Maurício Azedo, e do também jornalista e diretor cultural da ABI, Jesus Chediak. A palestra encerra um ciclo de debates de três dias (29, 30 e 31 de março) sobre “A Imprensa e o golpe de 64”, reunindo jornalistas e professores da Universidade Federal Fluminense, sempre às 18 horas, na Livraria da Travessa, da Travessa do Ouvidor.



Sobre o livro:

Inspirada na iniciativa de Leonel Brizola quando governador do Rio Grande do Sul, que garantiu a posse do presidente João Goulart, parte da imprensa do Rio de Janeiro montou, em outubro de 1963, uma versão conservadora da Cadeia da Legalidade, que frustrou a tentativa golpista de 1961 graças a uma mobilização nacional, organizada a partir das ondas de uma cadeia de rádios. Três anos depois, os grupos de comunicação dos Diários Associados (O Jornal), de O Globo e do Jornal do Brasil também uniram suas emissoras (Tupi, Globo e JB) e as páginas de seus jornais no que batizaram de Rede da Democracia, com o objetivo de deter o governo de Jango e as suas reformas de base.

Ao se completarem 46 anos do golpe de 64, o papel da imprensa na articulação do movimento que lançou o Brasil numa ditadura militar de mais de 20 anos vem à tona no livro Rede da Democracia: O Globo, O Jornal e o Jornal do Brasil na queda do governo Goulart (1961-64), do professor e doutor em História Social Aloysio Castelo de Carvalho (UFF), em coedição da Nitpress e da Editora da UFF. O livro mostra, em 238 páginas e um CD contendo os fac-símiles de 100 matérias veiculadas pela Rede da Democracia, o caráter estratégico dessa participação, que foi muito além dos famosos editoriais do Correio da Manhã – “Chega” e “Basta” –, publicados às vésperas do 31 de março.

O jornalista José Silveira, que atuou nos principais órgãos da imprensa do Rio de Janeiro, chega a afirmar, na orelha da obra, que “de todos os livros que li sobre esse tema, nenhum tem a profundidade deste”. O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo, autor do prefácio, afirma que Aloysio Castelo de Carvalho trabalhou “no rastro do que fizera René Dreifuss com o seu clássico 1964: A conquista do Estado”, vendo também em sua publicação um aprofundamento dos estudos anteriores sobre a participação da imprensa no golpe de 64, “sem qualquer réstia de tom panfletário”.

Inaugurada em outubro de 1963, pouco depois da malograda tentativa de Jango de governar o país sob estado de sítio, como forma de evitar a conspiração já em curso, a Rede da Democracia funcionou até março de 64. Os pronunciamentos, tanto dos políticos de oposição ao governo trabalhista – entre os quais se encontram alguns dos que viriam a se arrepender mais tarde, como Ulisses Guimarães – quanto de jornalistas ligados aos veículos da rede – João Calmon, Roberto Marinho e Nascimento Brito, entre outros –, eram publicados nos dias seguintes às transmissões radiofônicas por O Globo, O Jornal e Jornal do Brasil.





Aloysio de Carvalho mostra, em seu livro, como a pregação da Rede da Democracia forneceu embasamento político e retórico ao movimento militar que iria depor o presidente da República. O autor se debruçou tanto sobre as matérias publicadas, em valiosa pesquisa reproduzida na íntegra em um CD que acompanha o livro, como sobre fundamentos teóricos de autores como Norberto Bobbio, Edmund Burke, Jean-Marie Domenach, Antonio Gramsci, Jürgen Habermas, Alexander Hamilton, James Madison, Thomas Jefferson, Gustave Le Bon, Montesquieu, Munõz-Alonso, arrolados em sua extensa bibliografia.

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Luiz Augusto Erthal

Nitpress

2618-2972 / 8102-3230

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